Comboios? "Temos de ter uma ligação entre Lisboa e Porto em 1h30 ou 2h"
António Costa e Silva, em entrevista à TVI24, defendeu não ser "otimista por acaso", uma vez que auscultou muito o país.
© Global Imagens
Economia António Costa e Silva
António Costa e Silva, o homem que delineou o Plano de Recuperação para Portugal, foi esta terça-feira entrevistado na TVI24. As ligações no país foram um dos temas abordados, com o gestor a defender que é necessário melhorar a ligação entre as duas maiores cidades.
"Temos de discutir ao nível da sociedade e dos atores políticos e ter um plano o mais abrangente possível, porque o país tem de decidir onde aplicar o dinheiro e como rentabilizar esses investimentos", apontou, advogando que a "questão das infraestruturas físicas é absolutamente indispensável".
"Não é por acaso que recomendo a rede de alta velocidade entre o Porto e Lisboa. Eu não digo o TGV, eu digo um comboio de alta velocidade. Temos de ter uma ligação entre Lisboa e Porto que seja muito eficaz, em cerca de uma hora e meia a duas horas, aproveitando ou não as ligações que existem. Mas eu penso que isso é absolutamente crucial, porque disso depende a conectividade do país, defendeu.
"Não sou otimista por acaso, auscultei muito o país"
O consultor do Governo, que elaborou o Plano de Recuperação intitulado 'Visão Estratégica para o plano de recuperação económica e social de Portugal' falou, na mesma entrevista, sobre as empresas nacionais "cruciais". O gestor julgou que estas devem ser apoiadas até ao final do ano, com o Estado a ter aqui um "papel fundamental".
"Há muitas empresas com quem falei. Nós temos a nossa maior empresa metalo-mecânica do país, a Silva Matos, que está numa situação difícil. Esta empresa não pode pode pura e simplesmente desaparecer, tem de ser apoiada, estimulada", defendeu, apontando ainda o caso da Efacec onde, "felizmente, houve uma intervenção".
Negando que defende "apoiarmos todas as empresas" nem despejar "dinheiro em cima dos problemas", Costa e Silva acrescentou que o Estado terá de "definir os indicadores e como é que vai julgar".
"Quando diz que eu sou otimista, não sou otimista por acaso, auscultei muito o país. Falei muito com as pessoas", destacou o gestor durante a conversa na estação de Queluz.
Já defendendo que a aposta no Turismo deve continuar "fortemente", António Costa e Silva frisa que, a par disso, "temos de aumentar aquilo que se chama a complexidade da Economia, a capacidade do país de criar produtos e serviços de alto valor acrescentado".
"O país tem as competências funcionais, mas depois temos falhas nas competências institucionais. As nossas empresas têm pouca escala e são pouco apoiadas em termos de mercados internacionais", concluiu.
De lembrar que o plano de recuperação económica elaborada por António Costa Silva, consultor do Governo, estima que a economia portuguesa poderá cair 12% em 2020 e avança com um conjunto de propostas para os diversos setores de atividade.
Num documento de 142 páginas, o gestor deixa o alerta: Não vale a pena ter "ilusões", acrescentando que "a crise sanitária causada pela doença Covid-19 traz consigo uma profunda recessão económica que tem características globais e que vai ferir profundamente" a economia.
Consulte aqui as principais propostas do plano desenhado por Costa e Silva
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com