BCE deve esperar para ver efeitos dos estímulos aprovados
O Banco Central Europeu (BCE) vai reunir-se na quinta-feira para discutir a política monetária da zona euro e não deverá optar por novas medidas, esperando para ver os efeitos dos estímulos que aprovou.
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Economia Zona Euro
A reunião precede o Conselho Europeu que vai juntar os líderes da União Europeia (UE) na sexta-feira e no sábado para negociar um programa de recuperação após a crise causada pela pandemia de covid-19. Analistas afastam a possibilidade de o BCE aprovar novas medidas e as atenções dos mercados estão centradas na cimeira de Bruxelas.
A Comissão Europeia propôs um Fundo de Recuperação de 750.000 milhões de euros, dos quais 500.000 milhões seriam subvenções a fundo perdido e 250.000 milhões empréstimos, mas alguns países opõem-se e defendem condições mais estritas para as ajudas.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, disse na semana passada em entrevista ao Financial Times que a entidade monetária aprovou muitas medidas que foram efetivas, sugerindo que agora quer esperar para ver o seu efeito.
Na sua última reunião de política monetária, em junho, o BCE anunciou que decidiu aumentar em 600 mil milhões de euros o volume do programa de compra de ativos de emergência (PEPP) destinado a limitar o impacto da crise causada pela pandemia.
O montante global deste programa, que foi lançado em março passado, ascende agora a 1,35 biliões de euros, tendo o BCE alargado a sua duração pelo menos até ao final de junho de 2021.
Inicialmente o programa previa a compra de 750 mil milhões de euros de dívida até ao final deste ano, uma medida destinada a apoiar a economia da zona euro.
Franck Dixmier, da Allianz Global Investors, disse, citado pela Efe, que "a resposta política do BCE à pandemia foi eficaz até agora, mas [o banco] deve reiterar a sua capacidade e disposição para fazer mais se for necessário".
Dixmier não espera que o BCE anuncie na quinta-feira novas medidas e considera que as condições financeiras na zona euro melhoraram, lembrando também que a recuperação, impulsionada pelo consumo, foi mais forte do que o esperado e que a política de concessão de créditos é efetiva.
Por sua vez, o economista-chefe da Axa Investment Managers, Gilles Moëc, considerou que "o BCE provavelmente fez o suficiente no mês passado para poder respirar" na quinta-feira.
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