USI solidária com greve se CTT mantiver "comportamento imoral"
A União dos Sindicatos Independentes (USI) afirmou hoje, em comunicado, que caso a administração dos CTT mantenha o "comportamento imoral" e o "rumo autoritário" na relação com os trabalhadores, os apoiará na greve de sexta-feira.

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Economia CTT
"Está no ADN da USI a via do diálogo e da negociação laboral, e convidamos a administração dos CTT a repensar e a corrigir um rumo autoritário que a todos prejudicará e que não honra os pergaminhos da empresa", pode ler-se no comunicado da USI, assinada pelo presidente, Paulo Marcos, e pela vice-presidente, Maria de Fátima Ferreira.
Segundo a USI, caso a administração dos CTT mantiver "o comportamento imoral", a USI "não deixará de estar ao lado dos trabalhadores no próximo dia 29 de maio".
No dia 14 de maio, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT) entregou um pré-aviso de greve para 29 de maio, que abrange os trabalhadores dos CTT Expresso e dos CTT -- Correios de Portugal.
Hoje, a USI afirmou que "foi com espanto que constatou que, no meio de uma crise de saúde pública, uma situação de pandemia absolutamente única, tão excecional que levou a República Portuguesa a decretar estado de emergência e posteriormente situação de calamidade pública, a administração dos CTT optou por um rumo de ação imoral".
"A administração dos CTT, num gesto de completo desrespeito perante os seus trabalhadores, decidiu denunciar o ACT [Acordo Coletivo de Trabalho] e impor unilateralmente alterações nas condições remuneratórias dos trabalhadores que têm impacto significativo nas suas vidas", denuncia a USI.
Para a união sindical, "face às circunstâncias difíceis para todos, mandaria o bom senso que se continuasse a procurar uma solução de compromisso, que se salvaguardasse interesses de todos, clientes, trabalhadores e acionistas, o que só poderia, e poderá, alcançar à mesa das negociações".
A USI tem entre os seus membros três estruturas sindicais que representam trabalhadores dos CTT, sendo esses o Sindicato Independente dos Trabalhadores da Informação e Comunicações (SITIC), o Sindicato das Comunicações de Portugal (SICOMP) e o Sindicato Nacional dos Transportes, Comunicações e Obras Públicas (FENTCOP).
Assim, a confederação sindical "é solidária com os trabalhadores dos CTT, através do SITIC, SICOMP e FENTCOP, e não deixará de marcar presença na greve geral marcada para o próximo dia 29 de maio [sexta-feira]".
De acordo com o sindicato que entregou o pré-aviso de greve (SNTCT), os trabalhadores não aceitam a proposta de atribuição de um cartão de refeição como forma de pagamento do subsídio de alimentação, substituindo, assim, o pagamento no vencimento mensal por transferência bancária, como tem sido feito até ao momento.
Os trabalhadores dos CTT, diz o SNTCT, querem continuar a usar a retribuição referente ao subsídio de refeição "conforme a sua vontade" ou local de preferência.
Mais, o sindicato alega que, com esta decisão da empresa, há centenas de trabalhadores que vão passar a ter uma retribuição líquida inferior ao salário mínimo nacional.
No dia seguinte ao anúncio da paralisação, os CTT lamentaram a razão da greve convocada para 29 de maio contra a atribuição de um cartão de refeição como forma de pagamento do subsídio de alimentação e apelaram ao "sentido de responsabilidade" dos sindicatos.
Os chefes de estação dos correios e os responsáveis de distribuição demarcaram-se da greve.
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