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Empresária Celorico espera reabertura de mercados para evitar "desastre"

Uma empresária hortícola de Celorico da Beira que, devido à pandemia da covid-19 passou a vender diretamente na exploração agrícola, anseia pela possibilidade da reabertura dos mercados ambulantes, em maio, para evitar um "desastre" no negócio.

Empresária Celorico espera reabertura de mercados para evitar "desastre"
Notícias ao Minuto

15:20 - 23/04/20 por Lusa

Economia Celorico de Basto

Lurdes Rocha cultiva e comercializa as mais diversas plantas para transplante nas hortas e nos terrenos agrícolas de muitos habitantes da região da Guarda.

Na sua exploração agrícola, em Celorico da Beira, possui alfobres de cebolos, pimentos, tomates, couves diversas, beterrabas (para animais e saladas), alfaces, pepinos, curgetes, melancias, melões, entre outras espécies hortícolas, para venda nos mercados semanais que tradicionalmente se realizam em vários pontos da região.

Segundo a produtora hortícola, se as vendas em mercados não forem autorizadas em breve, produtos como beterraba, couve galega e repolho "não vão ter saída" e acabam por se estragar.

"Vamos ver se ainda se fazem dois ou três mercados em maio, porque o mês de maio é o mais forte. Se não se fizerem dois ou três mercados em maio, será um desastre. Se não conseguirmos fazer mercados no próximo mês, será para estragar, sobretudo o cebolo, porque temos muito e se não se fizerem mercados só aqui [na exploração] não conseguiremos vender o que temos", disse hoje à agência Lusa.

Como os mercados locais estão suspensos devido à pandemia da covid-19, a empresária apenas está a vender diretamente aos agricultores que a procuram na exploração agrícola.

"Os clientes que nos compram nos mercados têm vindo aqui à quinta [a Celorico da Beira] e também outras pessoas que sabem que vendemos. É a alternativa para não se estragar o produto. Nunca se consegue vender o que se vende nos mercados, mas vai-se vendendo", indicou.

Alguns produtos como a beterraba e a couve galega, "que se vendem em grandes quantidades nos mercados", praticamente que não estão a ter procura, visto que, nesta época, a "maior saída" vai para pimentos, cebolos, tomates, curgetes e pepinos.

Em condições normais, Lurdes Rocha conta que se deslocava aos mercados semanais e abastecia os agricultores dos concelhos de Guarda, Pinhel, Trancoso, Fornos de Algodres, Celorico da Beira, entre outros.

Vendendo na exploração agrícola, também regista a procura de "pessoas de longe", mas o volume do negócio é muito menor, porque os clientes são menos e alguns produtos "só têm mesmo saída nos mercados". "Por exemplo, a beterraba para os animais vendíamos aos 200 e aos 300 molhos em Trancoso e, agora, praticamente ainda não saiu nada", disse.

"Aqui [nos viveiros] sempre sai alguma coisa, mas não sai uma terça parte do que saía nos mercados. Não tem comparação possível e temos prejuízos, porque as plantas estão a crescer e nós não lhe podemos colocar um travão", concluiu.

Portugal contabiliza 820 mortos associados à covid-19 em 22.353 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

Portugal cumpre o terceiro período de 15 dias de estado de emergência, iniciado em 19 de março, e o decreto presidencial que prolongou a medida até 02 de maio prevê a possibilidade de uma "abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou estabelecimentos comerciais".

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