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Corticeira Amorim incentiva plantação de 50 mil hectares de sobro

A Corticeira Amorim propôs-se hoje mobilizar os produtores florestais a plantarem um total de 50 mil hectares de sobro nos próximos 10 anos, apontando este como "um dos principais objetivos" do Projeto de Intervenção Florestal que lidera.

Corticeira Amorim incentiva plantação de 50 mil hectares de sobro
Notícias ao Minuto

13:29 - 09/01/20 por Lusa

Economia Florestas

"O objetivo é mobilizar esses produtores para que, entre diversas plantações, no prazo aproximado de 10 anos possam ser plantados 50 mil hectares de sobreiros com uma densidade significativamente superior à atual. Acredita-se que com um aumento de 7% da área atual dos sobreiros em Portugal será possível incrementar a produção de matéria-prima em 35%", afirmou o presidente executivo da Corticeira Amorim, António Rios de Amorim, durante um evento no âmbito dos 150 anos do grupo Amorim, que se assinalam em 2020.

Lançado em 2013, o Projeto de Intervenção Florestal (PIF) é uma iniciativa promovida pela Corticeira Amorim para "assegurar a manutenção, preservação e valorização das florestas de sobro e, consequentemente, a produção contínua de cortiça de qualidade".

Apostando na "sustentabilidade, aliada à inovação, como grande trunfo para enfrentar os desafios da próxima década", o projeto é apontado como "um dos pilares de desenvolvimento do grupo" e será implementado em parceria com produtores florestais, instituições de investigação e entidades públicas locais, potenciando também o reforço do conhecimento e 'know how' sobre a espécie que está na base da cortiça: o sobreiro.

"Cada vez mais percebemos que as espécies nativas são um elemento fundamental na defesa contra as alterações climáticas. Com este projeto, que também representa o primeiro investimento da Corticeira Amorim em propriedade florestal, esperamos maximizar o montado como um investimento sustentável e rentável, não apenas para as gerações vindouras mas também para a geração que decide investir nesta espécie verdadeiramente única a nível ambiental, social e económico", afirma o presidente executivo da corticeira, António Rios de Amorim.

Desenvolvido em três etapas -- investigação científica e biotecnologia, aplicação do conhecimento nas plantações da Corticeira Amorim e partilha do 'know how' com outros produtores florestais -- o PIF propõe-se "melhorar quer a quantidade quer a qualidade do sobreiro e da cortiça, tornando a produção mais rapidamente atrativa para quem nela investe".

"Numa primeira fase -- explica a empresa - o projeto centrou-se na investigação científica e na biotecnologia, em especial na antecipação do primeiro ciclo de extração de cortiça, através de um sistema de rega de instalação melhorada (gota a gota)", visando "expandir o conhecimento da espécie e de toda a matéria ligada ao montado e à subericultura".

A segunda fase consistiu na aplicação do 'know how' e de novas tecnologias no terreno, tendo sido apurado, durante testes efetuados em plantações ao processo de irrigação de sobreiros, que "a irrigação gota a gota (num período inicial e limitado) permitirá aumentar a taxa de sobrevivência dos sobreiros e antecipar o período inicial de extração de cortiça de 25 para cerca de 10 anos". Após este suporte inicial, concluiu-se que "a plantação de sobreiros não necessita de mais água".

Segundo a Corticeira Amorim, na Herdade da Baliza -- adquirida pela empresa em 2018, naquele que foi o primeiro investimento do grupo em propriedade florestal -- "irão ser testados o aumento da densidade de sobreiros por hectare e o crescimento mais rápido dos mesmos, esperando-se uma redução significativa do tempo necessário para o início de exploração das árvores".

A terceira fase do PIF centra-se na "partilha de conhecimento, incentivando o apoio a produtores florestais em Portugal e em Espanha, com o objetivo de melhorar o rendimento e a densidade dos montados de sobro nesta região onde se concentra uma importante percentagem da área total de floresta de sobreiro mundial".

Através do Projeto de Intervenção Florestal, a Corticeira Amorim diz estar "a apostar nas designadas 'externalidades positivas' ao ecossistema montado", nomeadamente a retenção de dióxido de carbono (cada tonelada de cortiça retém 73 toneladas de CO2), a biodiversidade associada aos montados de cortiça e o combate à desertificação, já que o sobreiro e o montado pressupõem presença humana.

Por outro lado, refere a Amorim, o facto de as áreas de sobreiro não serem mobilizáveis significa que aquele subsolo vai acumular reservas em biomassa e em água.

"Num cenário de alterações climáticas e numa altura em que Portugal tem de redefinir a sua política de reordenação de território é crucial que o sobreiro seja destacado como espécie privilegiada, aquela que se encontra em melhor posição para responder aos desafios futuros", sustenta a empresa.

Segundo salienta, "como espécie nativa o sobreiro está perfeitamente adaptado às condições de clima e solo árido, vive cerca de 200 anos e tem um conjunto de externalidades muito positivas, sendo também uma espécie com uma capacidade singular de resistência ao fogo".

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