Classificada pela Moody's com um 'rating' de 'Baa2', a empresa portuguesa é a única entre as 12 concessionárias (sete francesas e quatro italianas, além da Brisa) acompanhadas pela agência a apresentar para os próximos 12 a 18 meses um 'outlook' (perspetiva) 'positivo', ficando o das restantes um nível abaixo, ou seja, 'estável'.

No relatório divulgado hoje, a Moody's refere que, apesar de em 2018 o tráfego de veículos pesados ter crescido ao dobro do ritmo do de veículos ligeiros na rede portuguesa de autoestradas, registou-se "uma convergência nas taxas de crescimento" destes dois segmentos em 2019.

Para 2020, a agência prevê "uma ligeira redução do crescimento do tráfego" nas autoestradas portuguesas, que ainda assim deve continuar num ritmo "robusto", após ter "recuperado para os níveis pré-crise".

A nível europeu, a Moody's antecipa que as receitas das concessionárias de autoestradas, os volumes de tráfego e os preços das portagens continuem a subir em 2020, mas considera que "o abrandamento económico e da atividade industrial, associado à inflação mais baixa, condicionarão o ritmo do crescimento".

"As receitas das autoestradas vão aumentar 3% a 4% em 2019, ligeiramente acima do crescimento de 2,5% registado em 2018, e crescer mais 1% a 3% em 2020", prevê.

No próximo ano, continua, "o tráfego de veículos pesados vai crescer 2% a 3,5%, acima dos 0,5% a 1% previstos para o tráfego de veículos ligeiros em 2020, mas abaixo dos 3,1% do primeiro semestre de 2019".

"Embora continuem a registar-se crescimentos em todas as frentes, o ritmo está a abrandar à medida que as condições económicas em toda a Europa vão esmorecendo, a atividade industrial desacelera e a inflação cai", sustenta o vice-presidente e 'senior credit officer' da Moody's, Xavier Lopez Del Rincon, citado no relatório.

Segundo se lê no documento, as variáveis macroeconómicas, em particular o crescimento do produto interno bruto (PIB), são os principais motores do crescimento do tráfego nas autoestradas.

"O crescimento económico na zona euro desacelerou nos últimos 18 meses e, embora antecipemos neste momento uma ligeira recuperação em 2020, o crescimento continuará discreto e abaixo da taxa média registada desde 2013", destaca.

No relatório, a Moody's diz ainda esperar uma redução do intervalo de crescimento entre o PIB de Espanha e de Portugal, por um lado, e de França e Itália, por outro, o que deverá resultar numa convergência do crescimento do tráfego entre as concessionárias ibéricas e as operadoras italianas e francesas.

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