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ADSE arrisca primeiro défice em 2020 mesmo com novos beneficiários

O Tribunal de Contas defende o alargamento da ADSE a novos beneficiários, mas considera que a medida terá um impacto pouco relevante na sustentabilidade do sistema de proteção na doença da função pública, segundo uma auditoria divulgada hoje.

ADSE arrisca primeiro défice em 2020 mesmo com novos beneficiários

© Global Imagens

Lusa
30/10/2019 06:14 ‧ há 5 anos por Lusa

"Estima-se que o alargamento da base de quotizados a um universo de 100 mil novos titulares, com os respetivos agregados familiares, apesar de contribuir positivamente para os resultados da ADSE, não alteraria de forma relevante as perspetivas de sustentabilidade", lê-se no relatório de auditoria à ADSE.

O Tribunal Constitucional considera que, mesmo com a entrada de novos beneficiários, a ADSE enfrentaria o primeiro défice em 2020 e os excedentes acumulados iriam esgotar-se em 2026.

A instituição presidida por Vítor Caldeira adianta que seria necessário, teoricamente, "um alargamento adicional a cerca de 300 mil novos titulares com uma idade média de 30 anos, para garantir que o saldo acumulado da ADSE seria suficiente até 2028".

"Para assegurar um saldo anual positivo até esse ano, o alargamento teria que ser na ordem dos 1,1 milhões de novos quotizados, com a referida idade média", acrescenta o Tribunal de Contas na auditoria feita a pedido da Assembleia da República.

O alargamento deve basear-se "em critérios de risco" que garantam um aumento significativo dos contribuintes líquidos, recomenda a instituição.

A abertura da ADSE a novos beneficiários está em discussão há vários anos, mas nunca se concretizou. Em causa está nomeadamente a possibilidade de abrir a ADSE aos contratos individuais da administração pública.

O Tribunal de Contas lembra que, "apesar da existência, desde 2015, de um estudo atuarial sobre o alargamento da ADSE a novos universos de quotizados e da apresentação pelas entidades gestoras da ADSE de diversas propostas, o alargamento não foi ainda objeto de decisão pelos Ministérios das Finanças e da Saúde".

No relatório de auditoria, a instituição refere que, segundo estimativas do Conselho Diretivo da ADSE, o alargamento teria tido efeitos positivos de 11 milhões de euros em 2017 e de 42 milhões em 2018, "pelo que a ausência de decisão terá prejudicado a ADSE nesses mesmos montantes".

De acordo com um estudo elaborado pelo Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da ADSE conhecido em abril, a abertura do sistema de saúde a 100 mil novos beneficiários com contratos individuais na função pública, permitiria alcançar um excedente de 80 milhões de euros até 2023.

A principal fonte de receita da ADSE são os descontos dos beneficiários, de 3,5% por mês, mas o número de isentos (pensionistas que recebem uma reforma inferior ao valor do salário mínimo) tem crescido devido à atualização da remuneração mínima, pelo que o Tribunal de Contas volta a defender que estes devem ser financiados pelo Orçamento do Estado.

O Tribunal volta a propor que os "encargos já suportados pela ADSE relativos à isenção de contribuição de beneficiários com baixos rendimentos, sejam financiados pelo Estado, tendo em conta que esta política foi definida pelo Governo quando a ADSE ainda era maioritariamente financiada pelo Estado".

Outra das recomendações é a regularização das dívidas das entidades empregadoras das Administrações Regionais "pela retenção indevida de descontos, desde 2007, ou pelo não pagamento de notas de reembolso relativas a despesas do regime convencionado, anteriores a 2018", que ascendem a 83,5 milhões de euros.

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