Governo quer "poupar dinheiro" e "dividir trabalhadores"

Na véspera de nova greve, Ana Avoila reitera a necessidade de atualização dos salários da função pública.

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Filipa Matias Pereira
13/02/2019 12:12 ‧ 13/02/2019 por Filipa Matias Pereira

Economia

Frente Comum

É já na próxima sexta-feira (dia 15) que os funcionários públicos vão avançar com uma nova greve nacional. O maior impacto, prevê-se, deverá ser nos setores da saúde, educação, finanças e autarquias.

Ana Avoila, em conferência de imprensa ao final da manhã de hoje, defendeu que a reivindicação das centrais sindicais é norteada pela necessidade de “os trabalhadores não poderem perder pontos”, considerando ainda que o Governo tem “primeiro” de “atualizar o salário para os 635 euros”.

Recorde-se que na base deste protesto da CGTP e da UGT está o facto de o Governo prolongar o congelamento salarial por mais um ano, limitando-se a aumentar o nível remuneratório mais baixo da administração pública, de 580 para 635,07 euros, na sequência do aumento do salário mínimo nacional para os 600 euros.

A coordenadora da Frente Comum explicou ainda que no universo dos trabalhadores da administração central, “que são cerca de 70 mil”, e da administração local, “cerca de 35 mil”, no ano passado, “mais de 90% estavam no 580 euros e passaram para os 635 euros. Neste momento estão a receber 607 e aqueles que estavam na posição a seguir, auferiam 583 euros, e estão com 609 euros”.

Portanto, frisou ainda a líder sindical, “não é verdade que o Governo vá dar os 50 euros de aumento que se diz para aí”, recordando inclusive que nos últimos dez anos “houve congelamento de admissões e pouca gente entrou para os quadros da função pública”.

Estes cenários são geradores de “indignação nos assistentes operacionais porque quem entra vai ganhar como quem está lá há 20 anos. E o nível dos 683 euros é um dos escalões dos assistentes operacionais e o primeiro do assistente técnico que tem outros requisitos. Isto quer dizer que há uma baralhação completa", atira. 

O Governo, advogou também Ana Avoila, “pretende, por um lado, poupar dinheiro, porque de forma alguma vai gastar 50 milhões. E depois dividir os trabalhadores no sentido de não se organizarem para lutar. Para além de querer mão de obra barata”.

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