Paulo Futre recordou, este sábado, em entrevista à revista espanhola Líbero, alguns dos momentos mais marcantes da carreira. Entre eles, claro está, constou a sua passagem pelos três ‘grandes’ do futebol português.
Começando pelo Sporting, o ex-internacional português lembrou que, no seu primeiro jogo nas camadas jovens, “com 11 anos”, marcou “sete golos”.
“Na viagem para o local do jogo, ninguém me falou. As crianças são cruéis. Eu vinha de uma aldeia, já havia um grupo formado e, como vinha de fora, não me dirigiram a palavra, é o ‘ABC’ do balneário. No final do jogo, era um líder. Desde criança comecei a marcar diferença”, afirmou.
O início de percurso em Alvalade não foi fácil, mas Futre acabou por triunfar: “Aos 14 anos, já jogava nas camadas jovens da seleção. Passava cinco ou seis meses do ano em hotéis, por isso era impossível ir à escola. O meu pai tentou sempre que não deixasse de ir. Com 17 anos, estreio-me no Sporting e, seis meses depois, estou na equipa principal. Continuo a ser o mais jovem a consegui-lo. Já há 30 anos”.
Até que, em 1987, Paulo Futre surpreendeu tudo e todos, ao deixar o Sporting para assinar pelo FC Porto. “Ainda era júnior”, lembra o ex-jogador, que sublinha que a transferência foi, “a nível nacional, como a de Figo [do Barceona] para o Real Madrid”.
“Foi uma decisão difícil, mas a mais acertada da minha vida. Ali, recebeu-me o presidente Pinto da Costa e, com ele, aprendi as regras. Era um atrevido, um rebelde, uma criança, e ele ensinou-me a não ultrapassar os limites. Joguei lá três anos, mas sinto um afeto enorme quando estou no Norte do país. Ainda que insista que sou do Sporting, não lhes importa. O grande obreiro foi o presidente, fez de mim um dos melhores jogadores de Portugal”, atirou.
Do FC Porto partiu para o Atlético de Madrid, e, em 1993, iregressa a Portugal, para uma passagem curta pelo Benfica, proporcionado pelo patrocínio da… RTP.
“Há oito meses que não recebia, o clube [o Atlético de Madrid] estava embargado e a minha saída era a única solução. Inventámos uma briga e saí para o Benfica. A RTP, a televisão pública de Portugal, pagou quase 600 mil ‘cash’, uma barbaridade na altura”, rematou.