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"Deixar o futebol foi o momento mais triste da minha vida"

Fábio Faria viu o coração pregar-lhe uma partida que o impediu de seguir um sonho de criança. Apesar do revés, o antigo jogador do Rio Ave e do Benfica não baixou os braços e seguiu em frente.

"Deixar o futebol foi o momento mais triste da minha vida"
Notícias ao Minuto

08:00 - 12/05/17 por Francisco Amaral Santos c/ Carlos Pereira Fernandes

Desporto Fábio Faria

A vida é sagrada. O valor dela não deverá ser testado. Pelo menos é o que Fábio Faria garante. Atualmente com 28 anos, o antigo jogador do Benfica viu-se forçado a terminar a carreira de forma inesperada e precoce. Quando tinha apenas 23 anos, o coração pregou-lhe uma partida e pediu-lhe para parar numa fase decisiva da carreira. 

O momento foi complicado, mas Fábio não baixou os braços. Abriu um negócio próprio juntamente com a namorada, está perto de terminar o curso de Gestão em Desporto do ISMAI e sonha ser treinador no futuro. 

O futebol sempre fez parte do seu mundo, desde que se conhece. Ao Desporto ao Minuto, Fábio Faria explica de que forma percorreu aquele que foi o caminho "mais complicado" da vida. Afinal, não é fácil lidar com o facto de estar impedido de fazer aquilo de que mais se gosta. 

O Fábio tem agora 28 anos, tendo deixado o futebol aos 23. Do que se mais falta?

Para ser sincero aquilo de que sinto mais falta é o ambiente no balneário, poder acordar todos os dias e fazer aquilo que mais gosto. Mas principalmente do ambiente que existe no balneário, das brincadeiras, o que fazíamos antes e depois do treino…

Acredita que tomou a decisão que tinha de ser tomada?

Sim, tinha de ser. Não havia outra maneira. Na altura custou-me muito. Não queria, mas depois de refletir e do que se passou, era o melhor para mim, e graças a Deus tomei a decisão certa. Se continuasse a jogar, talvez já não estivesse cá.

Deve ser complicado para um jogador de 23 anos colocar um ponto final na carreira numa fase tão precoce…

Sim, foi o momento mais difícil da minha vida. O mais triste. Foi o terminar de um sonho, de muito trabalho que tive de fazer para chegar onde cheguei. Os objetivos que tinha traçado e que consegui alcançar e depois num minuto tudo acabar é frustrante e triste... mas é a vida. Foi o momento mais triste da minha vida.

Que conselhos daria a um jovem futebolista que estivesse a passar por semelhante situação?

O conselho que eu dou, pela experiência que adquiri nos últimos anos longe do futebol, é que a vida continua. Obviamente que são coisas que mexem muito connosco. Depois de termos feito muito para o conseguir. Mas o mais importante é estar por cá, ter a nossa família, ter os nossos amigos presentes e traçar novos objetivos. Temos muito tempo para viver e isso é importante.

Na altura, Luís Filipe Vieira garantiu-lhe total apoio. Continua a manter uma relação com o presidente do Benfica e com os jogadores?

Com os jogadores mantenho, troco algumas mensagens e quando vêm cá [a Vila do Conde] costumo estar com eles. Com o presidente do Benfica, obviamente as coisas com o tempo vão passando um bocadinho, mas de vez em quando ele liga-me a perguntar como é que eu estou e, parecendo que não, isso ajuda sempre a aumentar a minha autoestima.

Ser treinador? Posso querer e talvez tenha algum sucessoCriou uma marca de roupa. Como é que surgiu esta ideia?

A ideia já tinha surgido na altura em que jogava. Na altura, já gostava de me vestir diferente dos meus companheiros. Como deixei o futebol e a minha namorada tinha o curso de designer, aproveitei e juntei o útil ao agradável. Decidimos avançar numa conversa que tivemos, porque eu não sabia o que havia de fazer ao meu futuro, pois estava numa altura muito complicada.

Tivemos uma conversa séria disse-lhe: ‘Vamos apostar nisto, eu ajudo-te’. Tem tudo para correr bem e foi assim que surgiu a marca D JA VU. Neste momento já há dez lojas a vender a minha marca, tanto no estrangeiro como em Portugal. Há cerca de dois meses também criei uma marca de linha de roupa de praia, que está a crescer bem e espero que tenha o mesmo sucesso que a D JA VU.

Em que países já é comercializada?

Suíça, Luxemburgo, França, Espanha e Chipre.

Acaba por ser um escape ao futebol?

Sim, ajuda porque o público alvo que, para já, tem comprado e mais gostado da marca são os futebolistas. Os meus colegas ajudaram-me a divulgar a marca e ainda hoje vendo para muitos jogadores de primeira Liga no estrangeiro e isso é uma forma de manter contacto com eles.

Está a apostar nisso como um projeto para o futuro e de longa continuidade?

Isto era ideia que eu já tinha antes, mas neste momento estou a acabar o meu curso de gestão de desporto no ISMAI. Faltam-me cinco cadeiras para acabar o curso e estou a tirar o curso de treinadores. Na altura, quando deixei [o futebol], não era um sonho ser treinador. Acho que não estava vocacionado para tal, mas agora, com o tempo que tenho passado na formação do Rio Ave, acho que é uma coisa que posso querer e talvez tenha algum sucesso.

Podemos ver o Fábio no papel de treinador ou num cargo diretivo no futebol?

Na altura em que fui tirar gestão desportiva, estava em Educação Física mas devido ao meu problema não poderia fazer as aulas práticas. Foi por isso que optei por tirar gestão desportiva, que também está ligado ao desporto, e a gestão ajuda-me no meu negócio. Obviamente que gostaria de ficar ligado ao futebol porque é a minha vida. Desde que me conheço que amo o futebol e espero ficar ligar a ele, se me derem essa oportunidade.

Leia a segunda parte desta entrevista aqui, onde Fábio Faria fala sobre a atualidade desportiva nacional. 

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