Análise: Nuno Espírito Santo surpreendeu ao dar a titularidade a Varela, que não era titular desde agosto, e a André André, que tinha sido titular há precisamente um mês frente ao Club Brugge.
Outro dado relevante prende-se com o número de portugueses presentes no onze escalado pelo técnico do FC Porto: seis (André André, José Sá, Danilo, André Silva, Diogo Jota e Varela). Foi na época 2009/2010 a última vez que os dragões tinham apresentado seis portugueses num onze inicial. Na altura, na final da Taça da Liga frente ao Benfica, o próprio Nuno Espírito Santo tinha sido titular.
O jogo começou logo com um cartão amarelo a ser exibido a André André (2’). O jogador do FC Porto agarrou o adversário pelo pescoço e João Capela não teve dúvidas quanto à sanção a tomar.
O Chaves pareceu entrar em campo mais esclarecido que o FC Porto e a grande oportunidade da primeira parte pertenceu mesmo aos flavienses. Após boa combinação na direita, Paulinho arrancou um cruzamento que encontrou a cabeça de William. No entanto o avançado do Chaves, com tudo para fazer o golo, atirou ao lado da baliza do já batido José Sá. Este lance acabaria por acordar os dragões que subiam as linhas e tentavam responder ao atrevimento do Chaves.
No entanto, o guardião António Filipe ia respondendo aos remates dos portistas sem grande dificuldade. Até final do primeiro tempo destaque para mais dois cartões amarelos, um para cada lado. Braga aos 35 minutos e Marcano aos 36.
Dragões tentavam reagir perante um Chaves em bloco baixo
O segundo tempo inicia-se com a mesma toada de jogo mas com um FC Porto a querer mandar no jogo. Os dragões dispunham de livres indiretos e optavam sempre por colocar a bola na área à procura dos centrais mas sem efeitos práticos.
O Chaves, por seu turno, sentia-se confortável com o rumo que o jogo estava a tomar e arriscava o remate de longe. Braga aos 60 minutos tentou a sorte de fora da grande área mas José Sá agarrou sem problemas.
Os dragões tentavam explorar a faixa através da velocidade de Diogo Jota mas o bloco baixo do Chaves revelava-se eficaz.
Aos 62 minutos, momento de grande perigo para a baliza dos flavienses. Na sequência de um canto curto, André André remata cruzado e acerta na barra perante António Filipe pregado ao relvado.
Aos 72 minutos foi a vez de Silvestre Varela arriscar ao disparar um remate colocado que acabaria por sair por cima da baliza dos flavienses.
Os minutos passavam e os jogadores portistas pareciam começar a acusar a pressão do relógio a andar.
Depoitre foi a primeira mudança operada por Nuno Espírito Santo. O técnico dos dragões abdicava de Otávio e colocava o avançado belga ao lado de André Silva.
Do lado do Chaves, Jorge Simão respondia à alteração do FC Porto lançando Hamdou para o lugar de Fábio Martins.
Aos 87 minutos mais uma oportunidade para os azuis e brancos. Num livre indireto cobrado por Varela, a bola é tocada e sai perto do segundo poste da baliza do chaves.
Ainda antes do apito final Jorge Simão voltaria a mexer, Patrão entrava para o lugar de Predigão.
João Capela concedeu mais cinco minutos de compensação para além do tempo regulamentar.
Mesmo a fechar a partida, dupla oportunidade para o FC Porto. Danilo num primeiro remate obriga António Filipe a defesa apertada. Na sequência da jogada, é Nelson a salvar António Filipe de um remate certeiro de Diogo Jota.
João Capela assinalava o final dos 90 minutos e dava indicação para o prolongamento.
Nulo durante os 90 minutos obrigou a prolongamento
Layún e Evandro eram apostas de Nuno Espírito Santo para os lugares de Varela e André André no início do tempo suplementar, esgotando assim as substituições.
Aos quatro minutos de prolongamento, os dragões reclamam uma grande penalidade por alegada mão na bola de Leandro Freire. João Capela nada assinalou e mandava seguir o jogo.
Aos 98 minutos Evandro é admoestado com uma cartolina amarela por uma entrada fora de tempo.
A grande oportunidade da primeira parte do prolongamento é protagonizada por Depoitre. O avançado belga consegue ganhar posição mas acaba por atirar por cima da baliza do Chaves.
Aos 108 minutos foi a vez de André Silva arriscar o remate mas a bola sai ao lado da baliza à guarda de António Filipe.
Jorge Simão lançava a última cartada no jogo e colocava Felipe Lopes em campo.
A três minutos do fim do prolongamento, já se previa que o jogo iria ser resolvido através das grandes penalidades..
Lotaria das grandes penalidades resolve jogo sem golos
No desempate por grandes penalidades a sorte sorriu aos flavienses (3-2). No total de cinco grandes penalidades, o Chaves converteu com sucesso três ao passo que os portistas somente converteu duas. António Felipe foi o grande herói da partida ao defender os remates de Depoitre, Layun e André Silva.
Com este resultado, o FC Porto vê defraudadas as expectativas em relação a um dos grandes objetivos da época: chegar à final do Jamor. Por seu lado, o Chaves passou com distinção um teste difícil causando, para já, a primeira grande surpresa desta 4.ª eliminatória da Taça de Portugal.
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Onze do Desportivo de Chaves: Antonio Filipe; Paulinho, Freire, Carlos Ponck, Nelson; Assis, Battaglia, Braga; Perdigão, William e Fabio Martins.
Onze do FC Porto: José Sá; Maxi, Marcano, Felipe, Alex Telles; Danilo, André André, Otávio; Varela, Diogo Jota e André Silva.
Antevisão: O FC Porto regressa à competição, esta sexta-feira, em casa do Desportivo Chaves após uma pausa para os compromissos das seleções. Os dragões irão a casa dos flavieneses para disputar a 4.ª eliminatória da Taça de Portugal.
Na antevisão do encontro, Nuno Espírito Santo assumiu o favoritismo, deixando claro que “cada jogo no FC Porto representa o mesmo: ambição e vitória”, deixando ainda uma certeza: “Queremos estar no Jamor e competir para conquistar mais um título.”
José Sá será titular na baliza dos azuis e brancos. A garantia foi dada por Nuno Espírito Santo, que também deverá chamar Herrera para alinhar de início, uma vez que Corona chegou lesionado da passagem pela seleção mexicana.
Do lado do Chaves, Jorge Simão deixou um aviso aos portistas. “Faremos tudo pelo nosso sonho de chegar à final. Se eliminarmos o FC Porto, o caminho ficará mais fácil.” O técnico português retira pressão ao seu conjunto e coloca o favoritismo todo do lado dos adversários: “Para o Chaves, é uma oportunidade. Para o FC Porto, é uma obrigação."
Hamdou é a grande dúvida para o jogo desta sexta-feira. O internacional líbio só chegou ao final do dia de quinta-feira, mas está convocado. De fora da convocatória ficaram Luís Alberto, Rafael Lopes, João Mário e Gustavo Souza.
Depois do Sporting ter recebido e vencido o Praiense por 5-1 na quinta-feira, é a vez dos dragões entrarem em ação na Taça de Portugal antes da deslocação a Copenhaga, para a Liga dos Campeões.
O Municipal de Chaves deverá contar com uma boa casa, existindo já zonas do recinto com lotação esgotada. O jogo tem início às 20h15 e será arbitrado por João Capela.