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Portugal-França: Contra a 'arrogância' marchar, marchar

As criticas ao futebol português têm surgido de diversos setores. Há quem queira ver Ronaldo a chorar. Há quem diga que os lusos não merecem. Mas o engenheiro tem um sonho que se completa amanhã.

Portugal-França: Contra a 'arrogância' marchar, marchar

© Reuters

Sérgio Abrantes
09/07/2016 09:45 ‧ há 9 anos por Sérgio Abrantes

Desporto

Análise

A campanha portuguesa neste Europeu, pode dizer-se, está marcada de desconfiança. Incapaz de vencer qualquer encontro num dos grupos considerados mais fáceis do Euro, os pupilos de Fernando Santos como se expuseram à crítica. O terceiro lugar parecia penalizador, mas acabou por ser a face maior da sorte portuguesa.

Evitados os colossos do Velho Continente – França, Inglaterra, Alemanha, Bélgica, por exemplo -, Santos viu a sorte sorrir-lhe num complicado jogo contra uma das sensações do Euro, a Croácia. Um golo nos descontos valeu um avançar de casa no xadrez para a tão desejada final.

Seguiu-se a Polónia. Aqui, foi São Patrício a esticar a luva perante a lotaria das grandes penalidades. Se o guardião ‘leonino’ defendeu a baliza portuguesa, não defendeu o conjunto dos 23 atletas da crítica.

Passo final para o xeque-mate foi a vitória, e afirmação portuguesa, perante outra das sensações do Euro: o País de Gales. Num duelo de atletas ‘blancos’, com Bale de um lado e CR7 do outro, com os ecos da liderança de Cristiano Ronaldo ainda na memória de todos, Portugal provou-se, provou o seu futebol pensado e estruturado na amarra do sonho, mas os críticos continuaram a almejar a qualidade do futebol produzido.

Ontem, na véspera de um encontro entre franceses e portugueses, como que para fazer acordar do sonho a esperança de milhões de adeptos portugueses, a crítica ligeira voltou a surgir na imprensa. Primeiro foi o antigo internacional gaulês, Jérôme Rothen, a dizer que Portugal não teria qualquer hipótese na final.

Horas depois, foi Andrea Vetsch, jornalista suíça, a apontar a Ronaldo, servindo o penteado de desculpa e de ‘alvo’, mas este era apenas uma desculpa para chamar ao ‘comandante’ da nau lusa “diva”, para tentar pisar e desacreditar uma nação inteiro – e tão bem o nosso madeirense costuma responder à crítica.

Apesar de tudo, esquece-se o mundo mas lembram-se as gentes lusas que foi deste pequeno cantinho que partiu, rumo às páginas da história, a Caravela Portuguesa que conquistou o desconhecido, que dobrou o Cabo das Tormentas e lhe deu novo nome, que avançou no mar onde todos recuavam e que traçou os trilhos dos novos destinos do Mundo moderno. É com esta memória que entramos sempre em campo e enchemos o peito para cantar a mais bonita melodia do mundo.

Se foi nos tempos imemoriais que se escreveu a Glória portuguesa, pede-se agora o melhor Portugal possível para vencer a arrogância francesa. Aos toques de opinião escrita, responderemos com a magia da técnica no campo, do primeiro apito de Clattenburg, até ao ultimo esgar de força que sobrar nos corpos dos 23 comandantes lusos. (Personalidade!)

Por agora, olhamos nós com temor nos corações que nos falhe outra vez o fado na hora de decidir, lembrando com pouca saudade 2004, mas amanhã, quando os nossos 11 heróis entrarem em campo, seremos 11, 16 ou tantos milhões quantas ‘almas’ quiserem a entrar em campo para vencer mais um mar crispado.

Falta Portugal cumprir-se, dizia o poeta e pensador Fernando Pessoa. Mas já só faltam 90 minutos, 120 minutos, ou quantas grandes penalidades a sorte ditar, para que os desejos de tantos, de ver Cristiano Ronaldo a chorar, sejam desfeitos na viela da amargura. Nós acreditamos!  

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