Rui Barreiro ganhou alguma visibilidade no universo do Sporting pelas críticas que tem vindo a fazer à gestão de Bruno de Carvalho. Em entrevista ao Desporto ao Minuto, o conselheiro leonino apresenta-se como “um associado preocupado com o Sporting, que pretende que as suas intervenções chamem a atenção para alguns problemas e possam colocar o clube no bom caminho”. Barreiro, admite, por essas razões, passar das palavras aos atos e candidatar-se à presidência dos ‘leões’, no próximo ano.

“Candidatar-me? Confesso que, quando comecei a fazer algumas intervenções, não tinha isso no meu horizonte. Mas, neste momento, admito essa possibilidade. Depende muito dos sportinguistas, porque ninguém é presidente sozinho. Tem de haver um conjunto de apoios que garantam o melhor para o Sporting. Como sportinguista, teria muito gosto em poder ajudar o clube como dirigente desportivo, seria uma grande honra”, afirmou.

Para o conselheiro, os erros de Bruno de Carvalho têm um ponto de origem identificado, dezembro de 2014, altura em que “nasceu a intenção de despedir Marco Silva”, de uma maneira que classifica de “pouco digna”, mas não se fica por aí. Entre o ‘caso Carrillo’, que “não trouxe qualquer benefício ao Sporting”, passando pelo “excessivo belicismo contra os outros clubes, dirigentes e arbitragens”, o ex-autarca não poupa o presidente do clube, duvidando mesmo da condição financeira da SAD.

“A situação financeira do Sporting está longe de ser excecional. Julgo que a direção aproveitou bem algumas coisas boas que vinham a caminho. Ainda assim, tenho alguma confiança no vice-presidente do Sporting para a área financeira [Carlos Vieira], é um homem equilibrado. Gostaria que o Sporting se conseguisse recuperar financeiramente, mas, se o tivesse feito, provavelmente não teria vendido o Montero da forma que vendeu, nem teria deixado de comprar alguns jogadores que não conseguiu comprar. Bruno de Carvalho terá alguns méritos, mas não sei se esse será um”, argumentou.

Rui Barreiro criticou, ainda, o excessivo “protagonismo” do presidente do clube de Alvalade, algo que poderá ser um sintoma de intranquilidade, já que “quando temos dirigentes a serem protagonistas é porque algo não anda bem”, e garante que a oposição feita a ao presidente ‘leonino’ surge “apenas como preocupação séria com o presente e o futuro do Sporting”.

“Quando falo, faço-o preocupado com o Sporting, mas obviamente que estarei disponível para fazer oposição se isso for vantajoso para o clube. No entanto, esse não é o meu objetivo. Procuro apenas mostrar que as coisas podem ser feitas de outra maneira e chamar a atenção para quem tem responsabilidades de que é possível ir por outros caminhos que beneficiem o Sporting”.