Martim Mayer, candidato às eleições tendo em vista a presidência do Benfica, que estão agendadas para o próximo dia 25 de outubro, concedeu uma extensa entrevista à edição deste sábado do jornal espanhol Marca, na 'abriu o livro' a propósito do projeto que tem em mãos, em vários planos, começando, desde logo, pelo papel de José Mourinho.
"Mourinho continuaria a ser o meu treinador, Mário Branco continuaria a ser o meu diretor de futebol, e são muito complementares com Andries Jonker, porque eles têm a pressão do curto prazo e têm de ganhar. Andries Jonker vem de olhos postos em quatro anos, para estruturar o futebol, para falar com Mourinho e com Mário Branco, para poder fazer com que todo o futebol, desde a categoria de sub-13, tenha projeção para chegar à equipa principal. José Mourinho é o meu treinador, e é com ele que vou contar, desde o primeiro dia", afirmou.
O líder da lista 'Benfica no Sangue' sublinhou, ainda assim, que a aposta na formação é para reforçar... mesmo com o Special One ao leme: "Vai ter de adaptar-se, porque o Benfica é um clube que tem de viver da sua academia. Como já disse, 50% da equipa tem de vir da academia, para gerar mais-valias, e, a partir daí, termos a capacidade de investimento, para que consigamos trazer de fora os outros 50%".
Bernardo Silva é para recuperar... e João Félix também
Martim Mayer assumiu, ainda, o objetivo de recuperar Bernardo Silva, internacional português que está em final de contrato com o Manchester City, e que já foi, inclusive, utilizado como 'trunfo' eleitoral por João Noronha Lopes, um dos cinco adversários que terá pela frente, no sufrágio, juntamente com Rui Costa (o atual presidente), Luís Filipe Vieira (o antecessor), João Diogo Manteigas e Cristóvão Carvalho.
"Temos algo de muito sério. Não apenas porque é um jogador extraordinário e que respira o Benfica desde que nasceu, mas também porque temos um défice de jogadores como ele (...). Entra na visão racional que temos para o Benfica. Vamos tentar fazer todos os possíveis para torná-lo realidade", prometeu.
Outra das hipóteses em cima da mesa é... João Félix, que, no passado verão, esteve a um passo de regressar à Luz, mas que optou por trocar o Chelsea pelo Al Nassr, da Arábia Saudita: "É sempre uma alegria muito grande trazer de volta os jogadores da nossa formação que tiveram êxito lá fora. João Félix é um deles, mas há que ter um raciocínio financeiro que não se compadece com atos sentimentais".
"Se, no nosso modelo e na nossa visão, chegar o momento de trazer João Félix, vamos tentar tudo para que venha, mas há que colocar o racional e a visão acima de uma vontade sentimental. João Félix agrada a todos os benfiquistas, e vamos esperar que chegue o momento adequado para poder fazer-lhe uma proposta", acrescentou.
"Gostaria de bater o meu avô e ter oito campeonatos"
A terminar, Martim Mayer assumiu o desafio de superar o legado do avô, Duarte Borges Coutinho: "O modelo de negócio do futebol mudou muito, desde essa altura, mas o meu avô foi muito importante na divulgação do Benfica fora de Portugal. Esse é o legado que quero ter, fazer uma boa internacionalização do clube e provar que o Benfica é um clube global".
"O legado do meu avô também foi a vitória, porque ganhou sete campeonatos de Portugal em oito anos. O meu objetivo é o mesmo. Os mandatos são de quatro anos, e sempre disse que gostaria de fazer dois mandatos, se os sócios me derem essa oportunidade. É isso que gostaria de fazer, bater o meu avô e ter oito campeonatos, isso seria fenomenal para o Benfica", rematou.
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