O internacional pelo Brasil Raphinha concedeu, esta sexta-feira, uma extensa entrevista à estação televisiva ESPN Brasil, na qual, entre outros temas, recordou como foi a passagem pelo Sporting, onde chegou em 2018 proveniente do Vitória SC.
Questionado sobre se gostaria de ter sido orientado por Jorge Jesus, o agora jogador do Barcelona revelou alguns dos detalhes desta operação, lembrando que os minhotos não quiseram libertá-lo em janeiro de 2018, com a mudança a ficar consumada em julho, altura em que Jorge Jesus, que tinha pedido a sua contratação, já não estava em Alvalade.
"Eu já estava há dois anos e meio em Portugal (no Vitória SC), já estava a acompanhar o trabalho dele no Sporting, mesmo sem saber que poderia ir para o Sporting. Quando soube do desejo do Sporting, apresentaram-me o projeto e tal, falaram-me que era um desejo muito grande do treinador", começou por dizer o internacional brasileiro.
"Foi muito bom. O Sporting queria que me apresentasse antes da janela de inverno, mas o Vitória não aceitou essa opção. Falei com ele (Jorge Jesus) brevemente, inclusive joguei contra ele no último dia da janela. Tive até conversas com funcionários do Sporting, que me disseram para fingir uma dor, fingir alguma coisa para não jogar, e eu disse que o meu profissionalismo estava acima de tudo. Eles logo entenderam com quem estavam a lidar. Falei depois com o mister, disse que queria contar comigo então na temporada seguinte, mas infelizmente não aconteceu. Cheguei lá depois, e ele já não era mais o treinador", vincou ainda o extremo, de 28 anos, deixando elogios a Jorge Jesus.
"Tenho carinho por ele, encontramo-nos algumas vezes depois. Ficou mesmo aquele gostinho de ter trabalhado com ele. É um dos melhores treinadores, fez trabalhos incríveis por onde passou, e eu particularmente gosto de trabalhar com os melhores. Acompanhei muito o sucesso dele no Brasil também. Fica aquele gostinho de como poderia ter sido", atirou o internacional pelo Brasil.
Raphinha, que começou a carreira no Avaí, rumou a Portugal, onde representou o Vitória SC e o Sporting. De seguida, representou o Rennes e o Leeds, antes de chegar à Catalunha. O jogador falou sobre este período ascensionário no futebol.
"A gente até brinca aqui em casa, que, se fizermos uma série, ela teria muitos capítulos. Seriam muitas temporadas. Daria uma série legal. Todo o profissional constrói uma carreira única, cada um tem a sua maneira. Sempre tive um foco, sempre acreditei no meu potencial. Obviamente, quando ainda estava no Avaí, não me imaginava no Barcelona, mesmo sendo isso um sonho. Sempre pensei degrau a degrau, um dia após o outro, uma temporada após a outra. Sempre procurei dar o meu melhor", sustentou Raphinha.
"O degrau a degrau ajudou-me muito como jogador, para ter o melhor entendimento dentro de campo e também como profissional. Compreender que o meu corpo é a minha ferramenta de trabalho. Entendi melhor o futebol em cada clube por onde passei. Foi o melhor que poderia ter acontecido à minha carreira. Começar muito em grande, num local muito grande, talvez nos faça pensar que não é preciso evoluir, não é preciso trabalhar. Penso diferente. Começar do nada, sonhar muito alto", finalizou.
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