Já lá vão quase dois meses desde que o Fenerbahçe avançou para a demissão de José Mourinho, na sequência da 'queda' nos playoffs de acesso à Liga dos Campeões, perante o Benfica (formação que, agora, o próprio orienta). Um 'divórcio' que, no entanto, continua a dar que falar.
O presidente do histórico emblema sediado em Istambul convocou, para a passada quarta-feira, uma conferência de imprensa, na qual abordou diversos temas, entre eles, a inconsistência que a equipa vai apresentado, dentro das quatro linhas, em 2025/26, justificando-a com a maneira como o treinador português planeou os trabalhos de pré-temporada.
"Eu não quero entrar em detalhes sobre a situação atual da equipa. Vocês veem o que nós estamos a ver. Nós vemos o que vocês estão a ver. Houve uma sessão de treinos por dia, no estágio em Portugal... Isso não pode acontecer! Não pode acontecer! Não quero dizer nada mais sobre isto", atirou.
"Houve um período muito mau, no estágio em Portugal. Isto é inaceitável", acrescentou, em declarações reproduzidas pelo jornal turco Sabah. Ora, contactado, já esta quinta-feira, por esta mesma publicação, o Special One enviou uma resposta... telegráfica: "Já não estou interessado no Fenerbahçe.
Afinal, o que se passou entre Mourinho e Fenerbahçe?
José Mourinho, recorde-se, foi apresentado, com pompa e circunstância, como treinador do Fenerbahçe, no verão de 2024, tendo assinado um contrato que seria válido até 2026. No entanto, a primeira experiência em solo turco acabou por não correr como todas as partes envolvidas desejariam.
A equipa acabou por não conseguir ir além de uma segunda posição, no campeonato, tendo terminado a 11 pontos de distância do campeão, o Galatasaray. Na Taça da Turquia, ficou-se pelos quartos de final (onde foi eliminado pelo Galatasaray, por 1-2), e na Liga dos Campeões pela terceira pré-eliminatória (onde 'tombou' perante o Lille). Seguiu-se uma 'aventura' na Liga Europa, que terminou nos 'oitavos', contra o Rangers.
Ainda assim, o clube optou por dar um voto de confiança ao treinador português, apoiando-o para a nova campanha. Ainda assim, este durou apenas... seis jogos, nos quais somou duas derrotas (contra Feyenoord, por 2-1, e Benfica, por 1-0), dois empates (contra Goztepe e Benfica, ambos sem golos) e duas vitórias (sobre Feyenoord, por 5-2, e Kocaelispor, por 3-1).
O clima 'azedou', ao ponto de, na véspera do segundo embate europeu com os encarnados, o próprio ter afirmado, em conferência de imprensa, que não conhecia Hamdi Akin, vice-presidente do próprio clube, que falara sobre o interesse em Kerem Akturkoglu e da facilidade com que chegaria o apuramento para a prova milionária.
Na sequência da eliminação daquela que é a principal competição europeia de clubes, José Mourinho não resistiu, tendo sido demitido a 29 de agosto. A 18 de setembro, foi formalmente apresentado como novo treinador do Benfica, cargo no qual sucedeu a Bruno Lage, que não resistiu à (surpreendente) derrota sofrida no arranque da fase de liga, perante o Qarabag, em pleno Estádio da Luz, por 2-3.
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