Rui Vitória está sem clube desde setembro de 2025, depois de ter sido despedido pelos gregos do Panathinaikos, numa altura em que já tinha feito oito jogos no comando técnico dos helénicos, conseguindo apenas uma vitória. No entanto, o treinador português aproveitou a pausa na carreira para estar no Portugal Football Summit, onde foi entrevistado pelo podcast Fora de Jogo e falou sobre os tempos passados no Benfica, dando ainda um palpite sobre a prestação de Portugal no Mundial'2026.
Enquanto foi treinador da equipa principal do clube da Luz, tentou sempre ir apostando mais nos jogadores da formação do que aquilo que era feito anteriormente, algo que cultivou uma cultura nova no emblema das águias.
"Eu não vivo muito obcecado com isso. Passados estes anos, acho que não (tive o devido reconhecimento no Benfica). É o futebol, estou mais do que vacinado. Aquilo que nós fizemos em 3 anos e meio, não só os títulos, mas a aposta que fizemos na formação…", começou por dizer Rui Vitória.
"Hoje é muito giro olharmos e vermos que FC Porto, Sporting e SC Braga apostaram depois, mas foi o Benfica naquela altura que abriu este paradigma da formação de uma forma evidente. Tivemos rendimento desportivo e financeiro", atirou o técnico de 55 anos.
"Percebi e tinha uma vontade também muito grande porque era aquilo que eu pensava. E percebi pelas conversas que tive logo com o presidente que estávamos os dois alinhados nessa mesma direção. Disse quero aqui quatro, cinco jogadores da formação", acrescentou.
"Hoje é muito fácil falarmos no Nélson Semedo, no Vítor Lindelof, no Ederson... É muito fácil falar porque eles hoje são jogadores. Naquela altura nenhum deles era um craque. Eram jogadores com potencial para serem desenvolvidos", disse o português, que se encontra atualmente sem clube.
Sobre treinar os escalões de formação do Benfica, onde fez a terceira e quarta épocas como treinador principal, admitiu que nunca quis ficar muito tempo, sob pena de ficar "rotulado" e não conseguir fazer a passagem para o futebol sénior.
"Preciso de conhecer como é que funciona um clube grande e como pensa um jovem jogador de um clube destes. Não queria ficar mais de dois anos, pois não queria ficar rotulado, porque naquela altura quem era treinador de juniores e de formação tinha muita dificuldade em passar para o futebol sénior. Foi uma aprendizagem muito grande", admitiu Rui Vitória.
"A importância do treinador principal é enorme. Vi jogadores a ser muito bem formados, com muita qualidade, mas se a porta lá de cima estiver fechada não há hipótese", confessou o antigo treinador do Panathinaikos antes de falar dos projetos que integrou: "Facilitei muito a vida às direções. Em vez de ser um problema, fui muito uma solução e solidário", referiu.
O treinador ainda contou com passagens pela seleção do Egito, e foi com essa experiência que acabou por dar a sua previsão para aquilo que Portugal poderá fazer no Campeonato do Mundo de 2026.
"Campeonato do Mundo? A previsão é de que a seleção nacional portuguesa vai ter um desempenho muito bom. Temos tudo, temos capacidade para e temos de lutar para isso", concluiu Rui Vitória.
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