Termina a conferência de imprensa da seleção nacional, de olhos postos no Portugal-Hungria.

"O importante, para nós, é trabalhar o aspeto da polivalência dos jogadores. Sem posições fixas. O Rúben Neves também já jogou como central, mesmo num clube. Há muitos que podem jogar em várias posições. Já fizemos algo parecido com o João Palhinha. Outros jogadores como João Neves podem ir também para a lateral-direita. É preciso sempre ter uma reação à perda. Não é a posição que define nada, mas sim a atitude tomada nessa posição".

"Espero um jogo semelhante, sim. A Hungria tem os melhores jogadores à sua disposição neste momento. Jogam muito bem e sabem como apostar no contra-ataque, que é um dos momentos a ter em conta no jogo de amanhã. Espero realmente um jogo parecido ao de Budapeste".

"O importante é ter uma equipa com energia, com clareza tática. Não é só o onze inicial, mas também o que termina o jogo. É importante que todos os jogadores estejam preparados para um jogo exigente. O João Félix vai treinar esta tarde. Tivemos de dispensar o Rafael Leão e o Gonçalo Inácio. Fazemos sempre duas ou três trocas no segundo jogo, faz parte do que trabalhámos durante o estágio".

"Obrigado pela pergunta, mas acho que o foco, para o selecionador, é passo a passo. Tentar ter um bom desempenho junto dos nossos adeptos e apurarmo-nos o mais rápido possível. O resto não cabe ao selecionador falar".

"Tem, tem... Vocês já conhecem o jogador do Liverpool. Não é só a capacidade técnica, é também a tomada de posição, não só na bola parada, como na bola corrida. É um jogador que tem muita liberdade, mesmo com um papel diferente no Liverpool por comparação à Hungria. Jogadores como o Orban fazem com que eles sejam uma seleção muito boa, especialmente na bola parada".

"O que Luis de la Fuente diz sobre os seus jogadores está certo. Ele trabalha com eles e conhece-os melhor. Para mim, o Vitinha é o melhor médio do mundo. O João Neves também, com um perfil diferente, está nos melhores. Na Liga dos Campeões, o melhor médio foi o Vitinha, a nível estatístico. Pela época que fez na melhor Liga dos clubes. Precisamos de aceitar as opiniões, claro, mas sem dúvida que o Vitinha foi o melhor".

"Isso faz parte. Gostaria que as críticas fossem informadas, com base em estatística... Acho que agora o foco é desfrutar mais da seleção. Não há uma equipa perfeita. Os jogadores merecem mais respeito tendo em conta o que estão fazer. A crítica faz parte. Não vejo um problema nisso".

"Sou, sou [risos]... Tenho uma família incrível, duas filhas... Golos ao cair do pano? Isso da sorte é melhor para vocês falarem. A minha responsabilidade é a de aumentar o ritmo competitivo, escolher os jogadores... Já fizemos coisas que nunca foram feitas. Há compromisso por parte dos jogadores na seleção. Precisamos de falar mais disso do que da sorte do selecionador".

"A nossa média de golos é das melhores do mundo a nível de seleções. Marcamos quase três golos por jogo, em média. Precisamos de valorizar o que fazemos com bola ao detalhe, objetivamente. Somos uma equipa de ataque, que chega muito ao último terço. Não há problema em marcar golos. A Hungria não sofria golos de bola corrida e nós marcamos dois, para além de um de grande penalidade. Nós criamos oportunidades ao alto nível das melhores seleções do mundo. Durante o Euro'2024, no jogo diante de França, jogámos olhos nos olhos com uma das melhores seleções do mundo. Tudo depende de quando conseguimos mudar o primeiro golo. Isso muda todo o jogo. Contra a Arménia, valorizou-se aquele 5-0, mas depois eles ganharam à Irlanda... e nós só marcámos no último minuto. Vamos desfrutar. Temos uma seleção com jogadores incríveis"

"Acho que o golo [de Ruben Neves, do Al Hilal] é consequência do bom jogo. Onde os nossos jogadores jogam não é importante para a seleção. Há compromisso, há a vontade de ajudar a equipa, mesmo que joguem numa Liga ou noutra. Não há uma relação entre o golo e o sítio onde o jogador joga".

"Acho que tudo passa por avaliar o desempenho global. Sem bola, o desempenho foi exemplar, contra uma equipa que usava bolas paradas e contra-ataques. A Irlanda não teve remates enquadrados. Faltou-nos marcar cedo. Ou bate no poste e entra. Ou bate no poste e sai. Gosto das estatísticas dos golos esperados. A equipa atacou, mas pode sempre melhorar em todos os jogos. Demonstrámos a resiliência para fazer o que acreditamos. Ninguém fala do golo da vitória... O golo não é de azar ou de sorte. É uma jogada típica de Portugal, a manter a bola, a trocá-la e a chegada à segunda linha. Só chegou aos minuto 91... Ainda tínhamos mais seis minutos para continuar a atacar. Temos aspetos para melhorar. A Hungria é uma equipa muito bem organizada. Temos de nos focar no que fizemos bem sem bola e melhorar no resto".

"Boa tarde. O aspeto emocional é importante em todos os jogos. O grupo está calmo, muito focado e a trabalhar muito bem. Percebe a força que nós temos ao jogar em casa. No jogo contra  Irlanda, houve uma energia muito diferente por força do ambiente. Há a oportunidade para o apuramento junto dos nossos adeptos".

É a vez do selecionador nacional projetar o duelo entre Portugal e Hungria, em resposta às questões colocadas pelos jornalistas presentes na Cidade do Futebol.

"Momento perfeito? Já amanhã. Ou então na final do Mundial [risos]. Não sei, não sei. Não é uma coisa que eu forço. Obviamente que gostaria. Surgirá quando tiver de surgir. Se surgir muito bem, se não surgir, desde que ganhemos, está tudo bem".

"O melhor desafio passa por fazer as coisas da melhor forma para podermos ganhar. Se o fizermos temos praticamente a qualificação feita. É preciso marcar golos".

"Sem dúvidas que isso trouxe dificuldades no contra-ataque. Um golo acabou por surgir dessa forma... Cabe ao mister decidir qual a melhor forma de atacar e defender no jogo, para darmos a melhor resposta possível".

"A Hungria foi o adversário mais difícil até ao momento. Conseguiram marcar-nos dois golos em Budapeste, no meio daquele grande ambiente. É uma seleção que tem argumentos e temos de ter isso em atenção".

"Nós pedimos sempre o melhor nas organizações, nas melhores condições possíveis. Assim poderemos corresponder de outra forma. Eles irão certamente ter isso em conta".

"Não temos de esconder as coisas, nem querer tudo e 'meter a carroça à frente dos bois'. Temos grandes craques, a jogar por toda a Europa e pelo mundo, em grandes clubes. Temos sempre de apontar alto. A responsabilidade assim o pede, mas temos também de ter calma. Passo a passo, etapa a etapa. Ainda temos de confirmar o apuramento. Pode parecer uma conversa parecida entre jogadores, mas primeiro temos de olhar para a qualificação. Acho que esta seleção tem de olhar sempre para grandes objetivos porque tem argumentos para isso".

"Não gosto de falar muito do que faço bem. Até falo mais do que faço mal. Começo logo por aí. No plano defensivo, posso sempre melhorar. Não tenho estatísticas fortes. Tento melhorar. Tento dar sempre o meu máximo, seja no aspeto defensivo, nos duelos... Com bola também, mas deixo isso comigo. Quanto aos pontos fortes, não gosto de falar. É claro para as pessoas o que faço de melhor".

"É uma boa questão. No meio de tantos jogos que temos, não sei se e quando seria possível integrar esses jogos, mas seria uma boa opção. Estamos a jogar contra seleções europeias durante maior parte do tempo. Pessoalmente, teria gosto de jogar com seleções de outros continentes também. Não falo das eliminações... Podia ter acontecido com seleções europeias".

"Sem dúvida. Temos isso bem presente nas nossas cabeças. Já costuma ser hábito. Nós e as outras gerações criámos esse hábito de estar presentes nas fases finais. Temos já uma oportunidade, para poder fazer o estágio de novembro mais tranquilos. Vamos dar tudo por isso..."

"É sempre muito subjetivo. Parte da opinião das pessoas. Estou felicíssimo com a classificação. Super contente e agradecido por toda a gente que me ajudou no meu percurso, até ao dia de hoje, que está longe de acabar. Se conseguir melhor, ainda melhor. Se não conseguir, continuo sempre contente no dia a dia. É sempre uma satisfação individual, até para a minha família e os meus amigos".

"Bem... [risos] Se ele o disse, agradeço. É claramente uma das referências para todos no futebol. Sendo médio, ainda mais. Fico muito contente. Resta-me continuar. Manter o nível e melhorar, se possível. Agradeço".

"Boa tarde. Temos sentido mais dificuldades contra blocos muito baixos, como foi o caso da Irlanda. A Hungria usou também, mas não tão baixo. Estamos cientes do que vamos fazer. Sabemos o que nos podem causar e temos de ter melhores dinâmicas para criar oportunidades e fazer golos".

Vitinha, médio do PSG, prepara-se para responder às questões dos jornalistas, na antevisão ao Portugal-Hungria.