Ainda que esteja afastado do mundo do futebol desde que colocou um ponto final na segunda passagem de suplentes do Real Madrid, em junho de 2021, Zinédine Zidane assegura que, aos 53 anos de idade, não lhe passa pela cabeça vir a dar a carreira por terminada no futuro próximo.
O antigo internacional francês levou a cabo uma (rara) aparição pública, no Festival Desportivo de Trento, em Itália, onde, perante uma autêntica multidão, revelou a equipa idílica que tem em mente para regressar ao ativo enquanto treinador, com uma clara garantia pelo meio: "Eu vou, certamente, voltar a treinar".
"Eu e a Juventus? Não sei por que é que não acontecer. É um clube que terei para sempre no meu coração, porque deu-me muito. Quanto ao futuro, não sei... Um dos meus objetivos é treinar a seleção nacional francesa. Vamos ver...", afirmou, em declarações reproduzidas pelo jornalista transalpino Gianluca di Marzio.
As palavras de Zinédine Zidane surgem já depois de Didier Deschamps ter feito saber que irá abandonar o leme da principal seleção gaulesa no final do próximo Campeonato do Mundo de 2026, que terá lugar nos Estados Unidos da América, no México e no Canadá, 'abrindo caminho' para a possível chegada do compatriota ao cargo.
"Quando me retirei, a minha vida mudou"
Zinédine Zidane foi, ainda, desafiado a refletir sobre os motivos que o levaram a 'abraçar' a carreira de treinador, depois de ter 'pendurado as chuteiras', em 2006: "Quando me retirei, a minha vida mudou. Passados três anos, eu não sabia o que havia de fazer. Tentei várias coisas, antes de me inscrever no curso de treinador".
"De todos os treinadores que tive, aquele com o qual mais aprendi foi [Marcello] Lippi. Ele foi muito importante, porque, quando cheguei a Itália, foi difícil, ao início, mas ele acreditou sempre em mim. Primeiro, tive [Carlo] Ancelotti como meu treinador, e, depois, tornei-me adjunto dele. É um amigo, e foi importante para a minha carreira. É um bom treinador porque presta atenção aos que os jogadores têm a dizer", apontou.
"Um treinado deve ser apaixonado pelo futebol, profundamente apaixonado. Não são apenas aqueles que votam que são bons. Há bons treinadores que não conseguem ganhar. Para mim, o mais importante é transmitir algo aos jogadores. Quando és apaixonado, então, transmites algo aos jogadores", acrescentou.
'Juras de amor' à Juventus
A terminar, Zinédine Zidane fez 'juras de amor' à Juventus, clube que representou, enquanto jogador, entre 1996 e 2001, somando 31 golos ao cabo de 212 partidas oficiais e conquistando uma Taça Intertoto, uma Supertaça Europeia, uma Taça Intercontinental, duas Serie A e ainda uma Supertaça de Itália.
"Os três anos que passei lá foram fantásticos. Vim de França, onde o futebol era ótimo, mas não como na Juventus. Em Turim, senti que a única coisa que tinha de fazer era vencer, sempre, tanto em casa como fora. Aquilo que mais me surpreendeu em [Gianni] Agnelli foi o facto de, quando estava a jogar bem, me ter ligado, às 6h da manhã, para me dar os parabéns. Era um cavalheiro, dava para perceber que era fã de futebol", rematou.
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