Prometeu muito, mas soube a pouco. FC Porto e Benfica não foram além de um empate sem golos, no Clássico deste domingo que encerrou a oitava jornada da I Liga.
Depois de uma semana marcada pela virose no plantel do Benfica e de até Francesco Farioli se ter queixado de ter estado doente nos últimos dias, o que não apareceu em campo foram os golos.
Num encontro muito amarrado de parte a parte, o FC Porto foi um pouco superior ao Benfica ao longo dos 90 minutos, mas não foi capaz de traduzir em golos a superioridade. O Benfica esteve sempre mais recuado e à procura de ferir o rival no contra-ataque, mas pouco ou nada fez para sair com os três pontos desta viagem até ao norte do país.
Filme do jogo:
Naquele que era jogo cartaz da última jornada da I Liga antes de mais uma pausa para os jogos de seleções, esperava-se que o Estádio do Dragão se engalanasse para mais um edição deste Clássico do futebol português. E a verdade é que se cumpriram as expectativas.
O ambiente estava quentinho e o apito inicial de Miguel Nogueira ainda nem tinha soado. Semanas depois de se ter sentado na tribuna do Estádio do Dragão e de ter sido homenageado, Mourinho regressava a uma casa que já foi sua e a reação não podia ter sido mais esclarecedora. O setubalense foi fortemente vaiado pelos adeptos do FC Porto e até alvo de alguns insultos nos minutos iniciais.
No que diz respeito às escolhas iniciais, Francesco Farioli efetuou um total de nove mexidas face ao jogo de quinta-feira, frente ao Estrela Vermelha, em que o FC Porto rodou a equipa. Só se mantiveram no onze Diogo Costa e Bednarek. Nos encarnados, José Mourinho não muda qualquer peça após a derrota em Londres, frente ao Chelsea, e na sequência da virose que afetou o plantel nos últimos dias.
Ao contrário do que foi vivido nas bancadas do Dragão, os primeiros 45 minutos do Clássico foram algo acinzentados. O FC Porto foi assumindo a iniciativa desde cedo e criando mais perigo, mas não traduziu em golos essa superioridade. Os dragões remataram mais na primeira metade (4-1), tiveram mais posse de bola (61%-39%) e cantos (1-0), mas não foram capazes de desfeitear a baliza à guarda de Trubin.
O FC Porto foi mesmo a primeira equipa a criar perigo na partida. Estava decorrido o minuto 18 quando Gabri Veiga ameaçou a baliza encarnada. Depois de um cruzamento de Froholdt, o espanhol tentou o desvio de calcanhar, mas não surtiu o efeito desejado.
Depois de vinte minutos com um futebol muito encaixado e sem grandes ocasiões nas duas balizas, a partir desse momento o FC Porto foi mais acutilante, mais perigoso e demonstrou querer mais ganhar. O Benfica procurava mais os contra-ataques e acabou por visar a baliza de Diogo Costa com um livre de Sudakov que terminou nas luvas do guardião português.
A formação portista respondeu de pronto com um remate que passou perto do poste. Em cima do minuto 35, e após um cruzamento interceptado pela defesa do Benfica, a bola fica em Pepê e este disparou perto da baliza. Praticamente de seguida, Trubin exibiu-se a bom nível para travar o que parecia um golo certo. Francisco Moura fez o primeiro remate, com António Silva a cortar. Na recarga, Gabri Veiga viu o ucraniano negar-lhe o golo.
À beira do tempo de intervalo, surgiu o primeiro lance de arbitragem que gerou protestos por parte das hostes portistas. Gabri Veiga caiu na área do Benfica e o FC Porto ficou a reclamar grande penalidade, mas Miguel Nogueira mandou jogar.
O FC Porto voltou a entrar mais forte na segunda parte. A equipa de Francesco Farioli regressou dos balneários a fazer uma pressão muito alta e mais perto da baliza do Benfica. Por seu turno, as águias demonstraram dificuldade em ter bola. Pese embora isso, foi mesmo a turma lisboeta a causar o primeiro lance de frisson no segundo tempo e logo depois e Farioli mexer pela primeira vez na partida.
Aos 64 minutos, e na sequência de um livre lateral batido por Sudakov desde perto de um dos bancos, a bola chegou à área do FC Porto. Na tentativa de cortar o esférico, Kiwior esteve perto do autogolo. O desvio do polaco atingiu a trave da baliza de Diogo Costa. O FC Porto respondeu com o remate de assinatura de William Gomes, descaído para um dos postes, que passou perto das redes de Trubin.
Com o aproximar do minuto 90, o Clássico voltou a estar muito equilibrado. O Benfica esteve mais tranquilo na gestão da ansiedade e entregou a bola ao FC Porto. Mas os portistas não estavam a ser capazes de quebrar as linhas da defesa encarnada... até que se entrou no tempo de descontos. Rodrigo Mora apareceu em zona frontal e tentou o remate colocado. A bola embateu na trave da baliza de Trubin.
A reta final da partida ficou marcada por emoções à flor da pele, como já é apanágio destes Clássicos. A troca de 'mimos' entre Francisco Moura e Barrenechea terminou com vários cartões amarelos mostrados pelo árbitro Miguel Nogueira.
Contas feitas, e apesar de perder a série vitoriosa, o FC Porto segue no primeiro lugar com 22 pontos, mais três do que o Sporting, que empatou diante do Sporting de Braga. O Benfica continua em terceiro, a quatro pontos do líder.
Momento do jogo: O remate de Rodrigo Mora à beira do fim podia ter mudado a história do jogo, mas a trave da baliza de Trubin assim não o quis e o encontro terminou sem golos.
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