Ruben Amorim garantiu, na sexta-feira, que a sua família "adora" viver em Inglaterra e destacou a importância de estar desligado das redes sociais e de tudo aquilo que é dito pelos comentadores sobre o desempenho do Manchester United. Em conferência de imprensa, de antevisão ao duelo com o Sunderland, agendado para a tarde deste sábado, o treinador português apontou para as diferenças da realidade que já viveu em Portugal.
"É muito importante [viver numa bolha]. Não há ninguém no mundo que consiga ler e ouvir tudo sobre as pessoas que entendem o futebol e que são influentes. Eu tento ver todos os jogos. Eu sei que vejo mais vezes os jogos do que todos eles [comentadores], porque eles têm de ver todos os jogos da Premier League e dar opinião. A minha opinião é completamente diferente, porque eu vejo os jogos, vejo os treinos, entendo os meus jogadores, percebo o que estou a fazer e continuo o meu trabalho desta forma. É impossível sobreviver neste clube ouvindo todas essas coisas", começou por refletir Ruben Amorim, antes de abordar o lado mais pessoal.
"Adoramos viver em Inglaterra. Vocês não fazem ideia do que é o abuso. Porque aqui vocês são tão educados, comparado com o meu país quando perdemos. Vocês não têm noção. A minha família adora viver em Inglaterra e apenas sou eu que odeio perder e é contra isso que estou a lutar", reconheceu o treinador português.
Sem receio de ser despedido
Ruben Amorim reafirmou, ainda, que não tem receio em ser despedido, estando mais preocupado em ganhar jogos e em encontrar soluções para dar a volta aos maus resultados.
"A pior coisa deste trabalho é não ganhar jogos. É o mesmo sentimento que tinha no Casa Pia, quando perdia jogos na terceira divisão. É um emprego! Claro que é um sonho estar aqui e quero continuar aqui. O que me faz sofrer é perder jogos, não perder o emprego. Vocês temem perder os vossos empregos quando têm contas para pagar. Eu não tenho esse sentimento. Eu só quero continuar isto. Mas quando não ganhas jogos, é esse o sentimento que tenho. Quando acabam os jogos, eu não quero saber do meu emprego. O que magoa mais é sentir que não estamos a ganhar e que estamos a falhar", vincou o técnico luso de 40 anos, deixando uma decisão drástica para as mãos da direção.
"É uma decisão da direção. Não posso fazer isso. Às vezes tenho esse sentimento que perder é duro... É tão frustrante, quando consegues o momento, vais para novo jogo e algo acontece. Não é minha decisão. Será muito difícil sair se não fizer tudo para continuar a minha carreira aqui", rematou Ruben Amorim.
Refira-se que o Manchester United recebe o Sunderland a partir das 15h00 deste sábado, em jogo relativo à 7.ª jornada da Premier League. Por esta altura os red devils ocupam o 14.º lugar com sete pontos amealhados.
Nos últimos dias antigas figuras do clube como Wayne Rooney, Rio Ferdinand ou Gary Neville mostraram-se muito preocupadas com o estado atual do Manchester United, reconhecendo, porém, que os problemas vão muito além da liderança de Ruben Amorim.
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