O diretor desportivo do Barcelona, Deco, concedeu uma extensa entrevista à edição desta terça-feira do jornal espanhol Mundo Deportivo, na qual abordou diversos temas, entre eles, a autêntica 'novela' em que se tornaram as negociações com o Athletic Bilbao tendo em vista a aquisição de Nico Williams, no passado mercado de transferências de verão.
O antigo internacional português assumiu que o nome do avançado surgiu nos planos da direção liderada por Joan Laporta, face às dificuldades sentidas nos diálogos por Luis Díaz (ex-FC Porto que acabou por trocar o Liverpool pelo Bayern Munique) e Marcus Rashford (que o Manchester United, de Ruben Amorim, aceitou libertar para Camp Nou, a título de empréstimo), mas nunca como alvo prioritário.
"O Nico não tinha o perfil exato que queríamos, mas pode jogar pela esquerda e pela direita. E o Ferrán [Torres] estava a tornar-se num 9, pelo que tivemos de retirá-lo da equação das alas. Se trouxéssemos o Nico, teríamos uma solução para a direita e a esquerda, mas não tanto para o perfil de 9. Se um grande jogador como o Nico quer vir, quando o empresário nos procura, nós falamos, e assim foi", começou por afirmar.
"O futebol é assim, o jogador, seja por que motivo for, não queria as condições que estavam planeadas, o agente tem os seus interesses, e não sabemos como é que as coisas vão correr, mas não há polémica nenhuma. É uma questão muito fácil. Dava-te as alas direita e esquerda, mas não o 9, e, se não tens outras soluções, dava-nos jeito, porque é um grandíssimo jogador", prosseguiu.
"Não falhou nada. Simplesmente, avançámos com as condições do clube. Depois, há que passar as negociações para o papel, para os contratos, e nós dissemos que não aceitávamos as condições que nos impunham, porque nenhum jogador vai condicionar-nos, e, no final, não se passa nada. Demos um prazo para responderem, não responderam, seguiram com o seu caminho, e nós com o nosso", completou.
"O Atheltic Bilbao não é um exemplo de nada"
Ainda assim, Deco não se coibiu de apontar o dedo ao Athletic Bilbao, que, antes de negociar com o Barcelona, procurou saber, junto de La Liga, como estava a situação do clube, ao nível do cumprimento dos regulamentos do fair-play financeiro: "Não quero entrar em questões que não são minhas. Eu dedico-me aos jogadores, à gestão do dia a dia do clube, mas penso que o Athletic Bilbao não é um exemplo de nada, neste sentido".
"Nós não procurámos nem fomos atrás do jogador deles. Eles têm de preocupar-se com o agente, que veio ter com o Barcelona, por várias vezes, a oferecer o jogador. Não é uma questão do clube, mas sim de um jogador que deu autorização ao agente para falar com outras equipas. Não podemos chatear-nos com os outros por causa disso. Seguimos em frente, é jogador do Athletic Bilbao e é uma situação muito fácil. O agente procurou-nos, não se deu, e temos de seguir em frente, com outros temas mais importantes", concluiu.
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