Troy Deeney fez, este sábado, uso do espaço de opinião que assina no jornal britânico The Sun para se insurgir contra a exibição de cartões amarelos a jogadores que retirem as respetivas camisolas, depois de Hugo Ekitiké, reforço de verão do Liverpool, ter sido 'vítima' da mesma, na Taça da Liga.
O internacional francês foi lançado por Arne Slot para o lugar de Alexander Isak, ao intervalo da receção ao Southampton, e marcou, já aos 85 minutos, o golo que selou uma vitória, por 2-1, e respetivo apuramento para a terceira eliminatória. No entanto, na hora de festejar, retirou o equipamento... e foi admoestado pela segunda vez, pelo que recebeu ordem de expulsão.
O antigo avançado de clubes como Watford, Birmingham City ou Walsall, admite ter sentido "pena" do jogador de 23 anos de idade, e recordou que, na génese desta lei, está uma tentativa de "impedir gastar-se tempo, cobrir patrocinadores dos clubes e impedir provocações a equipas adversárias", pelo que, neste tipo de casos, não faz sentido.
"É, na verdade, apenas uma regra estúpida. Quem é que isto ofende? Eu meio que percebo, se tiveres mensagens ofensivas ou publicidade política numa camisola, por baixo do equipamento, e exibes isso, durante um jogo. Lembro-me de Paul Tait, na final do Football League Trophy, em 1995, quando marcou um golo dourado pelo Birmingham City, em Wembey, contra o Carlisle. Festejou tirando o equipamento, para exibir uma camisola que dizia 'O Birmingham City c*** no Villa'", começou por referir.
"Percebo por que é que alguém poderia ser admoestado por isso! Mas, se um jogador marca um golo, fica eufórico, é claro que vai tirar a camisola e lançá-la em volta da cabeça, se lhe apetecer! É apenas o calor do momento. Eu tirei a minha quando marquei 'aquele' golo pelo Watford, contra o Leicester City, nas meias finais do playoff. Para ser sincero, foi uma sorte não ter visto o segundo cartão amarelo, porque também saltei para o meio da multidão", acrescentou.
"Há um castigo muito melhor"
Para o agora comentador desportivo, "castigar jogadores por isto é apenas abafar a paixão pelo jogo, tornando-o mais estéril", existindo mesmo o risco de "perder aquela imprevisibilidade pura e o pandemónio em torno da melhor parte do futebol", isto é, dos "golos". Nesse sentido, o próprio sugere "um castigo muito melhor".
"Em vez de exibir um cartão amarelo, que pode levar a suspensões insanas ou até a expulsões - como aconteceu com Ekitiké, que já tinha sido admoestado, no jogo de terça-feira, contra o Southampton - limitem-se a multar o jogador, depois do jogo. A maior parte ficaria feliz por pagar, mesmo que encoraje alguns que não querem ir ao bolso a deixar de o fazer", refletiu.
"É muito estranho, especialmente, uma vez que não temos questões com jogadores que tiram a camisola para a trocar com um adversário, no final do jogo. Qual é a diferença? Num panorama mais geral, para onde é que foram todos os grandes festejos? Neste momento, temos quatro básicos que são populares", prosseguiu.
"Temos a máscara de Viktor Gyokeres, a meditação de Erling Haaland, os braços cruzados de Kylian Mbappé e o salto de Cristiano Ronaldo enquanto grita 'Siu!'. São todos um pouco aborrecidos. Certamente, o mundo do futebol conseguirá pensar em alguns melhores", rematou.
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