Arne Slot concedeu, esta quinta-feira, uma extensa entrevista à estação televisiva britânica TNT Sports, na qual confirmou que o Liverpool fez chegar, à família de Diogo Jota, a totalidade do dinheiro que este teria a receber até ao final do contrato que mantinha com o clube, isto é, até junho de 2027.
"Infelizmente, tivemos de trazer mais um jogador do que aquilo que estava planeado. Foi por isso que os nossos gastos foram mais elevados do que pretendíamos. O luto da cidade... É isto que torna, para mim, tão especial trabalhar neste clube, onde houve uma parada... É claro que esta parada foi maior do que em qualquer ponto do mundo, mas a maneira como os adeptos se comportaram depois daquela tragédia, das flores que trouxeram, dos memoriais que montaram... Quase fico emocionado só de pensar nisso", começou por afirmar.
"É inacreditável aquilo que os nossos adeptos fizeram, e os nossos jogadores também, pela maneira como se comportaram, antes, durante e depois do funeral. E, depois, tivemos de treinar, novamente. Há momentos nos quais penso 'O que é que a mulher e os filhos dele devem sentir, agora'? Porque parece ser tão difícil... A nossa vida continua", prosseguiu o treinador dos reds.
"As pessoas esperam de mim que os tenha preparado para sempre. E, por vezes, é um pouco difícil, tendo em conta o quão difícil é para a família e para os pais, a fase pela qual ainda estão a passar e pela qual vão passar, para o resto das vidas. Já disse o quão orgulhoso estou da maneira como os adeptos reagiram, mas os proprietários... Os donos são os principais criticados, tal como os treinadores, mas a maneira como geriram esta situação, pagando à mulher e aos filhos dele todo o dinheiro do contrato, é louvável. Muitas pessoas pensam que isto é normal, mas não é, no futebol", completou.
Investigação está por concluir
Diogo Jota, recorde-se, morreu, no passado dia 3 de julho, aos 28 anos de idade, na sequência de um aparatoso acidente de viação, no quilómetro 63 da autoestreada espanhola A-52, que liga Pontevedra a Benanvente, na região de Zamora, que acabou, também, por vitimar o seu irmão, André Silva, jogador de 25 anos que alinhava ao serviço do Penafiel.
A dupla portuguesa seguia num Lamborghini Huracán, rumo a Santander, onde o plano passava por apanhar um ferry rumo a Inglaterra, para que Diogo Jota pudesse juntar-se aos trabalhos de pré-temporada do Liverpool, visto que este foi desaconselhado pelos médicos a viajar de avião, na sequência de uma intervenção cirúrgica que realizara, recentemente, aos pulmões.
A investigação à tragédia ainda está por concluir, mas os primeiros indícios tornados públicos pela Guardia Civil apontam para que o veículo de alta cilindrada estivesse a circular em excesso de velocidade, quando um problema numa roda provocou um despiste e consequente embate contra um separador central. Como resultado, o tanque de combustível partiu-se em dois, levando a que o carro fosse consumido pelas chamas.
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