O Benfica esteve muito ativo no último mercado de transferências, que encerrou precisamente há uma semana. Depois de uma temporada em que o título da I Liga e a conquista da Taça de Portugal fugiram para o rival Sporting, a direção liderada por Rui Costa apostou todas as fichas no reforço do plantel. No entanto, nem tudo correu sobre rodas, com várias negociações a não chegarem a bom porto.
Durante várias semanas a estrutura encarnada esteve em contacto com diversos clubes e empresários para conseguir encontrar os melhores reforços para o treinador Bruno Lage. Uma parte deles acabou, porém, por ser opções de recurso, por conta dos alvos falhados.
O Desporto ao Minuto decidiu recuar no tempo e recordar as negociações em que o Benfica esteve envolvido, mas cujo desfecho não sorriu aos encarnados. Uns por motivos de ordem financeira, outros por mera falta de acordo com o clube vendedor.
João Félix
Sem espaço no Chelsea de Enzo Maresca, depressa se apontou João Félix a um possível regresso ao Benfica. As negociações entre jogador e Benfica estiveram em curso, com Jorge Mendes a mediar as conversas, mas o internacional português acabou por 'fugir'... para Arábia Saudita.
Ainda antes da nova época arrancar oficialmente, chegou a projetar-se a possibilidade de João Félix ser apresentado, de surpresa, na Eusébio Cup, mas o destino do talento do Seixal acabou por ser outro. O avançado luso juntou-se a Cristiano Ronaldo e Jorge Jesus no Al Nassr, abdicando, para já, de voltar ao clube no qual tanto deu que falar.
João Félix chegou, de resto, a afirmar publicamente que estava "inclinado" em voltar ao Benfica, mas a oferta saudita falou mais alto.
Thiago Almada
Outro dos grandes alvos do Benfica para o mercado de verão era Thiago Almada. O jovem internacional argentino deu nas vistas ao serviço do Lyon, por empréstimo do Botafogo, e a estrutura encarnada tentou fechar um negócio com o clube brasileiro que, no final de contas, preferiu transferi-lo para o Atlético de Madrid - que pagou 20 milhões por 50% do passe, conforme informa a imprensa espanhola.
Os especialistas de mercado garantiram mesmo que o Benfica mostrou disponibilidade para pagar 40 milhões de euros pelo médio de 24 anos.
Hadj Moussa
A necessidade de encontrar um extremo no mercado estava identificada pelos responsáveis encarnados e um dos primeiros nomes na agenda era o de Anis Hadj Moussa. O internacional argelino também teria o desejo de se mudar para a Luz, mas o negócio foi travado pelas exigências financeiras do Feyenoord.
O clube dos Países Baixos pedia mais de 20 milhões pelo jogador de 23 anos que até viria a renovar contrato por mais cinco anos, numa jogada que colocou um ponto final em torno do seu futuro. O Benfica tinha colocado em cima da mesa uma oferta no valor entre os 12 e os 15 milhões.
Carlos Álvarez
Por sua vez, Carlos Álvarez surgiu na lista do Benfica já como opção de recurso e num momento em que a saída de Kerem Akturkoglu já estava praticamente selada.
Com 22 anos e sendo uma das grandes estrelas do Levante, a SAD encarnada entrou tarde na corrida por Álvarez e o clube espanhol também não facilitou.
A direção do Levante remeteu para a cláusula de rescisão, no valor de 25 milhões de euros, contrariando a oferta de 15 milhões mais objetivos, e o negócio não se concretizou.
Nélson Semedo
O internacional português era outro dos jogadores formados no Seixal que teria as portas abertas para um regresso, mas acabou por rumar ao Fenerbahçe.
Nélson Semedo estava na condição de jogador livre depois de terminar contrato com o Wolverhampton e preferiu mudar-se para a Turquia, também por conta do convite de José Mourinho.
O destino quis que Semedo até voltasse à Luz, na condição de visitante, e o azar bateu-lhe à porta: lesão e eliminação na Liga dos Campeões. Antes disso, o lateral direito havia assumido contactos com o Benfica, mas disse não ser certa altura para regressar a Portugal.
"Sim, houve contactos, mas eu também fui sempre muito transparente com as pessoas com quem falei e com o meu agente. Sempre disse que o que pensava. Acho que era cedo para voltar a Portugal", explicou o internacional luso, de 31 anos, em conferência de imprensa.
Os negócios consumados
Apesar destes cinco grandes alvos falhados, o Benfica foi eficaz no reforço do plantel, assegurando a entrada de novos jogadores que deu outro poder de fogo à equipa orientada por Bruno Lage.
O internacional colombiano Richard Ríos (ex-Palmeiras, por 27 milhões de euros) - que fixou o valor fixo mais alto em contratações na história das águias-, chegou para reforçar o miolo e conta com a companhia do ucraniano Georgiy Sudakov (ex-Shakhtar Donetsk, por 6,75 milhões) e o argentino Enzo Barrenechea (ex-Aston Villa, por três milhões)
O belga Lukebakio (ex-Sevilha, por 20 milhões) chegou no último dia de mercado e juntou-se a Franjo Ivanovic (ex-Union Saint-Gilloise, 22,8 milhões) nas caras novas do ataque.
Na defesa, Rafael Obrador (ex-Real Madrid, por cinco milhões de euros) e Amar Dedic (ex-Salzburgo, por 12 milhões) servem para dar uma nova vida aos corredores laterais, já com a compra definitiva de Samuel Dahl, que havia estado emprestado pela AS Roma na segunda metade da temporada transata.
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