Em comunicado, os 'axadrezados' informaram que a maioria dos credores rejeitou adiar por 30 dias a votação do plano de recuperação da SAD, o que, segundo a direção do clube, teria permitido "apresentar integralmente o projeto em curso e as negociações em andamento", optando, ao invés, pela liquidação.
"O Boavista enfrenta o maior desafio da sua história, mas tem futuro e viabilidade. A união de todos os boavisteiros é agora ainda mais essencial para um objetivo comum: manter o património que permitirá honrar compromissos, assegurar a recuperação e continuar a promover a prática desportiva", pode ler-se no comunicado, publicado no sítio oficial dos 'axadrezados' na internet.
As 'panteras' lamentam que alguns dos principais credores tivessem privilegiado a alienação do património imobiliário e referem que o adiamento teria permitido apresentar um plano capaz de "pagar à totalidade dos credores" e simultaneamente assegurar a continuidade da atividade.
De acordo com a nota, "todos os credores, exceto três, votaram favoravelmente à recuperação", sendo que a decisão de liquidação "pode ainda ser revertida". O clube dispõe de 10 dias para recorrer, o que, assegura, "evidentemente fará".
A direção boavisteira destacou ainda o apoio recebido do Estado e da Câmara Municipal do Porto, reiterando que continuará a colaborar com a administradora de insolvência e a negociar com investidores e parceiros "capazes de viabilizar, de imediato, o futuro do Boavista e de garantir a sua sustentabilidade para as próximas gerações".
"O objetivo permanece inalterado: assegurar um Boavista forte, viável e competitivo, na posse dos seus ativos e orientado para o futuro", conclui.
A Boavista SAD deveria disputar a II Liga na temporada 2025/26, mas não conseguiu inscrever-se nas provas organizadas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e, mais tarde, também viu negado o licenciamento para participar na Liga 3, tutelada pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
A ausência de pressupostos financeiros sustentou esse desfecho, que levou o clube liderado por Rui Garrido Pereira a criar uma equipa sénior independente da SAD, numa altura em que as duas entidades enfrentam processos de insolvência, antes do aparecimento do Panteras Negras Footballers Club, cuja designação faz referência à claque e ao nome original do Boavista.
Despromovido à II Liga em maio, após fechar a edição 2024/25 da I Liga no 18.º e último lugar, com 24 pontos, o Boavista concluiu um trajeto de 11 épocas consecutivas no escalão principal, sendo um dos cinco campeões nacionais da história, face ao título vencido em 2000/01.
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