O FC Porto prepara-se para avançar com uma participação disciplinar contra o Sporting, a propósito dos incidentes no Clássico (1-2) no Estádio José Alvalade, no passado sábado, com 'ameaças' de um ou mais jogos à porta fechada, conforme escreve o jornal A Bola, na sua edição impressa desta quinta-feira.
O relatório do delegado da Liga Portugal indicado para o jogo da quarta jornada da I Liga apontou os incidentes que envolveram três jogadores dos dragões, aquando dos festejos dos dois golos supersónicos (apontados por Luuk de Jong e William Gomes), altura em que enfrentaram a ira dos adeptos do Sporting, entre os minutos 61 e 64.
Zaidu Sanusi, William Gomes e Victor Froholdt foram alvo de arremesso de objetos, por parte do público leonino, sendo que, no caso do lateral-esquerdo nigeriano, o lançamento de um isqueiro deixou mesmo o jogador caído no relvado, a necessitar de assistência médica durante alguns minutos.
É aqui que entra o regulamento disciplinar da prova, no qual o artigo 181.º refere o seguinte: "Se a agressão tiver por objeto elemento da equipa de arbitragem, delegado ou observador da Liga Portugal, jogador ou dirigente dos clubes participantes no jogo, o clube é punido nos termos do n.º 1 do artigo 179.º". E o que nos diz essa mesma alínea?
"O clube cujo sócio ou simpatizante agrida fisicamente agente desportivo (...) de forma a determinar a que o árbitro, justificadamente, atrase o início ou reinício do jogo ou interrompa a sua realização por período superior a 10 minutos, é punido com a sanção de realização de jogos à porta fechada a fixar entre o mínimo de um e o máximo de dois jogos", pode ler-se.
Dessa forma, para além de uma multa que poderá ser anunciada pelo Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) ainda esta quinta-feira, o Sporting enfrenta um cenário de possível sanção, que contempla entre um a dois jogos à porta fechada, embora possa ainda apresentar recurso, caso tal decisão ocorra no sentido acima referido.
De referir ainda que, nessa mesma altura, 17 adeptos do Sporting - situados abaixo da bancada visitante - sofreram ferimentos provocados pela queda de uma estrutura de vidro, levando mesmo Frederico Varandas, presidente dos leões, a utilizar o termo "selvagens".
"Aquela infraestrutura está lá há mais de 20 anos. O que aconteceu é que há selvagens que não devem estar num recinto desportivo. Basta ver as imagens, pontapearam aquilo inúmeras vezes até partir. Agora é uma questão que cabe às entidades. O Sporting fez o que tinha a fazer. O Sporting condena as atitudes dos nossos adeptos. O Sporting é coerente. Há dois meses houve um ataque cobarde aos adeptos do FC Porto. Agora, houve 17 feridos por selvagens que não podem estar num recinto desportivo. Comparar isto com objetos que vejo em todos os jogos a serem atirados, por amor de Deus", atirou sobre o tema, esta quarta-feira.
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