Voo sofrido do Benfica em Alverca teve vitória para 'espião' merengue ver

Foi com sofrimento extra que o Benfica encerrou, na tarde de domingo, o este difícil ciclo de arranque de temporada. O Complexo Desportivo de Alverca foi palco de um reencontro que não acontecia há mais de duas décadas, com a vitória a cair para o lado encarnado (1-2). A última vez que ribatejanos e encarnados se tinham cruzado oficialmente foi em 2004.

Depois da qualificação para a fase de liga única da Liga dos Campeões, o Benfica foi até ao Ribatejo para disputar a quarta ronda do campeonato. Na bancada estava Vinícius Júnior, jogador do Real Madrid e um dos novos investidores do Alverca. O brasileiro vai ser adversário das águias na Champions e terá tirado algumas notas desta exibição dos lisboetas.

Num jogo que desde cedo ganhou uma aura especial, foi preciso esperar apenas seis minutos pelo primeiro golo. Schjelderup encostou para o primeiro dos encarnados, beneficiando de um erro crasso da defesa ribatejana, na sequência de um desvio de cabeça de Ríos para o norueguês. O nórdico estreou-se a marcar esta temporada.

Depois do desassossego inicial para as habituais fotografias, Vinícius Júnior deve ter apreciado a reação dos ribatejanos ao golo sofrido tão cedo. Com o passar do jogo, o Alverca foi apertando e Samuel Soares foi testado, respondendo com segurança aos remates de Marezi e Nuozzi. Sabit Abdulai também tentou a sua sorte, mas quem acabou por sorrir foi o Benfica praticamente no fecho da primeira metade.

Numa iniciativa individual do lateral direito Amar Dedic, o bósnio passou por um opositor e rematou cruzado para o segundo golo das águias aos 44 minutos. Foi não só a estreia a marcar de águia ao peito, como também o seu primeiro golo em mais de dois anos.

Na segunda parte, Samuel Soares voltou a estar em evidência ao impedir o golo do médio Chiquinho na cobrança de um livre direto. Schjelderup quase bisou, logo a seguir, e depois veio o momento que acabou por abanar a partida. O Benfica ficaria reduzido a dez jogadores, devido à expulsão de Dedic, por acumulação de amarelos, a vinte minutos do final.

Em inferioridade numérica, os encarnados acabaram por sofrer o primeiro golo em jogos oficiais na presente temporada ao cabo de oito jogos realizado. 715 minutos depois do apito inicial do dérbi na Supertaça Cândido de Oliveira diante do Sporting, Davy Gui apontou, aos 85 minutos, o primeiro golo sofrido pelas águias em 2025/26, na sequência de um remate forte. O tento devolveu a esperança aos ribatejanos, mas o Benfica conseguiu segurar o triunfo e aumentar para 18 o número de partidas sem perder no campeonato.

Mas vamos às notas desta partida:

Figura

Se o Benfica sofreu apenas um golo nesta partida muito o deve a Samuel Soares. Titular na partida, o guarda-redes deixou o Alverca em branco com três ou quatro defesas de alto nível de dificuldade. Só não conseguiu travar o remate certeiro de Davy Gui.

Surpresa

Chiquinho é de longe o melhor jogador do Alverca e acabou por ser uma dor de cabeça para a defesa do Benfica. O antigo jogador do Wolverhampton ajudou a atacar, mas também a defender. Esteve muito perto de marcar, na sequência de um livre direto, que obrigou Samuel Soares a uma das defesas da tarde.

Desilusão

Aos cinco minutos, o capitão do Alverca, Sergi Gómez, cometeu um erro tremendo. O experiente jogador espanhol assistiu, de forma não intencional, Schjelderup, que não falhou diante do guarda-redes adversário. Acabou por ser o elemento mais negativo nos ribatejanos.

Treinadores

Custódio Castro

Com uma equipa montada para fechar-se bem atrás e explorar transições, o golo sofrido nos primeiros minutos deixou a estratégia condicionada desde cedo. Ainda assim, o clube recém-promovido à I Liga não se encolheu com a desvantagem e apontou várias setas à baliza de Samuel Soares. O guarda-redes do Benfica acabou por ter de se aplicar em várias ocasiões. Marcaram um golo na reta final e pressionaram à procura do golo do empate até ao apito final de José Bessa.

Bruno Lage

O Benfica saiu do Ribatejo, certamente, consciente de que, mesmo diante de adversários teoricamente modestos, o caminho nunca é fácil. O setubalense optou por fazer várias mexidas e descansar habituais titulares. Viu a equipa marcar cedo na partida. Os liboetas continuaram a dominar o encontro, mas o Alverca foi impedindo que avançassem no terreno de jogo de forma perigoso. O golo de Dedic deu descanso, mas a expulsão do mesmo defesa bósnio deixou os encarnados em alerta. O Alverca apertou o cerco, marcou um golo e obrigou o Benfica a defender com cinco jogadores. A vitória foi alcançada, mas de forma muito sofrida.

Arbitragem

Trabalho positivo da equipa liderada por José Bessa. O árbitro da Associação de Futebol do Porto impôs-se do ponto de vista disciplinar e protagonizou uma arbitragem muito segura. Decidiu bem no lance que culminou na expulsão de Amar Dedic.

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