Julian Draxler concedeu, na terça-feira, uma entrevista aos franceses do Le Parisien para fazer um balanço de carreira e recordar as passagens por PSG e Benfica. Atualmente a vestir a camisola do Al Ahli, do Qatar, com quem renovou contrato até 2028, o internacional alemão confessou ter sentido dificuldades na mudança para a Luz por conta das lesões.
"O primeiro ano foi um pouco complicado, tal como no fim da minha história no PSG e depois no Benfica, onde me lesionei. Nunca tive o ritmo necessário para voltar a encontrar o meu nível. Mas a temporada passada foi ótima e foi por isso que renovei o meu contrato. Estou a gostar", afirmou Draxler.
O avançado alemão fez apenas 18 jogos pelo Benfica na temporada 2022/23, por empréstimo do PSG, tendo estado arredado das escolhas do então treinador Roger Schmidt durante várias semanas devido a lesão. Ainda assim, Draxler deixou a Luz com dois golos marcados e o título de campeão português.
A mudança para o Qatar
A segurança familiar levou Draxler a dar o derradeiro passo e aceitar mudar-se para um campeonato periférico. No entanto, o jogador alemão não está arrependido por ter tomado essa decisão aos 29 anos de idade, ainda com a carreira em aberto, olhando para a passagem pelo PSG com orgulho.
"Amo Paris. Sempre foi uma cidade que me encantou, mas no final [da sua passagem pelo PSG], tivemos alguns problemas com uma tentativa de assalto que aconteceu mesmo antes de assinar para jogar no Qatar. Olhei para a minha mulher e disse: 'Acho que temos mesmo de ir para o Qatar'. Foi o detalhe extra que me convenceu a ir embora. Não era fácil passear em Paris com um filho pequeno. Sentia-me obrigado a usar um carapuço para passar despercebido. Não sou o Neymar, mas se jogas no PSG é bastante difícil teres uma vida normal", apontou Draxler, antes de destacar as diferenças que encontrou no Qatar.
"No Qatar acontece precisamente o contrário. Podes andar sem sentires que toda a gente acompanha cada passo que dou. A nível humano sentes-te muito bem", explicou o avançado de 31 anos.
Neymar impressionou
Draxler cruzou-se com muitos craques nos anos em que estivera ao serviço do PSG, mas foi mesmo Neymar quem mais o impressionou. No entanto, o jogador alemão também admite que a chegada de alguns 'pesos pesados' acabou por ter consequências no balneário.
"Os primeiros seis meses foram quiçá os melhores da minha vida. Foi incrível. Depois tudo se complicou com as chegadas de Neymar e Mbappé. Foram duas contratações que mudaram muitas coisas no meu caso. Foi um prazer jogar com eles. Quando chegou o Neymar... Nunca tinha visto nada assim na minha vida, foi incrível! E foi por isso que fiquei o maior tempo possível. Queria ver o nível e como evoluía Mbappé. Estar em campo com jogadores assim é o verdadeiro prazer. É o sonho de todos os jogadores. (...) Tenho orgulho em poder dizer: 'Joguei no PSG'. Era um gosto como jogávamos futebol. Divertíamo-nos em campo. É um clube magnífico", rematou Draxler.
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