Jeffrén, antigo jogador do Sporting que foi formado pelas escolas da cantera do Barcelona, deu uma entrevista a um podcast em Espanha a recordar os momentos passados na sua carreira, incluindo várias histórias dos seus tempos no clube catalão, onde passou mais anos seguidos.
"Os grandes tratavam-te muito bem e faziam-te sentir confortável desde o primeiro dia. Uma coisa que eles fazem muito bem é que sempre cuidam muito da base, mesmo dos jogadores que vêm de fora. Se me perguntares o que é uma equipa, aquilo era uma equipa. Dani Alves, Puyol e Xavi foram os que melhor me trataram quando eu estava mal, diziam-me: 'Fica tranquilo, Jeff, isso vai passar'", começou por dizer o antigo jogador do Barcelona no podcast espanhol Helado Escuro.
"Sair foi uma decisão mútua entre o Guardiola e eu. A conversa foi difícil, ele disse-me que se eu ficasse não iria jogar, porque iam contratar um substituto - Alexis Sánchez. Mesmo assim, o Pep sempre me teve muito carinho, anos depois encontrei-o no Catar, quando ele treinava o Bayern, e ele disse-me: 'És o jogador mais rápido que já tive', e deu-me um abraço. Fico com isso", continuou.
"As lesões foram a razão pela qual saí do Barcelona e, com esse assunto, o clube virou-me as costas. Não foi Guardiola, mas Zubizarreta, diretor desportivo na altura, que arruinou a minha carreira. Eu tinha uma oferta do Valência e ele fechou-me as portas em Espanha. Quando vinham equipas de fora perguntar por mim, o preço era entre 3 e 4 milhões de euros e quando vinha uma de Espanha rondava os 5 milhões. Desde então, não o suporto", disse Jeffrén, que não se conteve nas críticas ao diretor desportivo do FC Porto na temporada passada.
"Depois de sair do Barça, não conseguia encontrar o meu lugar. Só no meu primeiro ano na Tailândia é que voltei a gostar de futebol. Chamávamos o Guardiola de 'o doente', mas aprendi muito com ele. Quem nunca vou esquecer é o Luis Enrique, ele é um Guardiola, mas com uma mentalidade mais agressiva. A minha ideia de não desistir vem dele", rematou o antigo jogador do Sporting.
Pelo clube de Alvalade, fez apenas 39 jogos em duas temporadas, antes de ser dispensado a custo zero, depois de ter sido contratado aos blaugrana por cerca de 3.75 milhões de euros. De leão ao peito, apontou cinco golos e ainda fez uma assistência.
Jeffrén recordou tempos no Barcelona e falou de... Yamal
Antes de rumar ao Sporting, Jeffrén fez toda a sua formação no barcelona, onde foi 'protegido' de várias lendas do clube catalão, como foi o caso de Carles Puyol. No entanto, não se conteve e deixou uma 'farpa' a Lionel Messi.
"Não se podia tocar no Messi e havia muitos problemas com isso, porque muitos que vinham da equipa secundária eram fortes e... se fizesses parte do círculo dele, podias brincar com isso, mas se não... Guardiola era quem tocava as cordas, mas quem fazia tudo era o pequeno - Messi - e todos nós o seguíamos. Se fôssemos para a guerra, os primeiros eram Puyol e ele, e atrás íamos nós", indicou.
"Puyol era exagerado, nunca encontrei ninguém assim na minha vida: forte, inteligente, que sabe para onde ir, respeitoso e com a gratidão que muitos jogadores não têm. Era como um guerreiro, eu tinha medo dele, ou você saía do caminho ou ele passava por cima de você. Mas ele é muito amigável, embora já não tenhamos relação, essas pessoas nunca mudam", relatou antes de dar um 'sermão' a Lamine Yamal, a nova estrela da Catalunha.
"Lamine Yamal? Ele tem 18 anos e é normal que não saiba as consequências dos seus atos, mas é preciso agarrá-lo, porque se não o agarrar a tempo... esquece, mas acho que o Barça vai fazer as coisas bem. Não é ele que faz a diferença. O Barcelona tem jogadores muito bons e as pessoas falam do Pedri. É como se o Xavi e o Iniesta não tivessem jogado com o Messi, o Messi não seria o que é. Veja quando ele foi para o PSG...", atirou.
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