O treinador Nuno Campos, antigo adjunto de Paulo Fonseca no Paços de Ferreira e atualmente no comando dos húngaros do Zalaegerszeg, manifestou-se hoje profundamente abalado com a morte de Diogo Jota, vítima de um acidente de viação em Espanha, que causou também a morte do irmão, André Silva.
"Foi em choque que recebi a notícia hoje de manhã, quando ia treinar. A minha reação foi chorar", declarou o técnico, visivelmente emocionado, acrescentando que os seus próprios jogadores perceberam de imediato que algo se passava: "Perguntaram e ficaram consternados. É algo que nos abala e, a mim, especialmente, porque tinha uma relação muito boa com ele".
Nuno Campos recordou o percurso do avançado internacional português, que lançou na equipa principal do Paços de Ferreira.
"Fomos buscá-lo aos juniores e rapidamente ganhou o seu espaço, pelo profissionalismo, humildade e força de trabalho", referiu, sublinhando que Diogo Jota era "uma pessoa que agradava a todos" e que "tinha sempre uma palavra para qualquer pessoa".
O técnico assumiu que irá sempre lembrar "o sorriso, a perspicácia, a forma como Jota trabalhou duro e como lutou para chegar a um nível tão alto. Um pouco à semelhança do Ronaldo, construiu a sua carreira com muito trabalho".
Nuno Campos deixou ainda uma palavra à família do jogador, que se havia casado recentemente: "Deixa uma família linda, casou-se há quatro dias. É muito triste esta situação. Custa-me falar. Deixo os meus sentimentos para toda a família. Sinto muito."
Diogo Jota, de 28 anos, representava atualmente o Liverpool e somava 49 internacionalizações pela seleção principal. Começou a carreira no Gondomar e destacou-se no Paços de Ferreira antes de rumar ao futebol internacional.
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