As duas equipas portuguesas presenças no renovado Mundial de clubes de futebol tiveram prestações antagónicas na fase de grupos, do '8' do eliminado FC Porto ao '80' do qualificado Benfica.
Num grupo teoricamente mais fácil, com Palmeiras, Inter Miami e Al Ahly, do Egito, os 'dragões' foram terceiros, sem vitórias, enquanto, num grupo que 'não tinham' hipóteses de ganhar, com Bayern Munique, Boca Juniors e Auckland City, as 'águias' acabaram em primeiro, sem derrotas.
Desta forma, o argentino Martín Anselmi ganhou, tudo indica, 'guia de marcha' do comando dos 'dragões', depois de escassos 21 jogos (10 vitórias, seis empates e cinco derrotas, com 32-25 em golos), que não deixaram saudades aos adeptos 'azuis e brancos'.
Pelo contrário, Bruno Lage ganhou alguma margem de manobra, num período muito complicado no Benfica, com eleições à porta e muita contestação, como sempre acontece no clube da Luz quando faltam os títulos -- a Taça da Liga 'não conta'.
Os 'encarnados' saíram da fase de grupos pela 'porta grande' e os 'dragões' pela pequena, mas a primeira jornada até parecia indicar o contrário, com os empates de ambos.
Os portistas conseguiram um 'nulo' com o Palmeiras, aquele que era o seu adversário teoricamente mais perigoso, e as 'águias' quase foram derrotadas pelo Boca, o anunciado concorrente direto ao segundo lugar - o primeiro parecia entregue aos bávaros.
A formação argentina chegou a liderar por 2-0, com um autogolo de Otamendi (21 minutos) e um tento de Rodrigo Battaglia (27), com o Benfica a reduzir num penálti de Di María (45+3), mas, depois, a ficar com 10, por expulsão de Belotti (72).
Com menos um jogador, a perder, pouco tempo para jogar e a iminência de uma derrota que podia encaminhar a eliminação, valeu a 'redenção' de Otamendi, que fez o 2-2 aos 84 minutos, de cabeça, na sequência de um canto apontado pelo turco Kökçü.
Para o FC Porto, a segunda jornada foi fatal, já que até começou bem o jogo com o Inter Miami, adiantando-se com um penálti do espanhol Samu, aos oito minutos, mas, depois de falhar várias ocasiões a fechar a primeira parte, permitiu a reviravolta.
O venezuelano Telasco Segovia, ex-Casa Pia, aos 47 minutos, e um livre direto do argentino Lionel Messi, que muitos apelidam como 'G.O.A.T.', aos 54, deram o triunfo aos norte-americanos e deixaram o FC Porto dependente de outros para seguir em frente.
Por seu lado, o Benfica conseguiu uma esperada goleada, face aos neozelandeses do Auckland City, que vinham de um 0-10 com o Bayern. Di María, com mais dois penáltis, Pavlidis, Renato Sanches e um 'bis' de Leandro Barreiro escreveram o 6-0.
O Grupo A, o do FC Porto, fechou primeiro e, como anunciado, os 'dragões' foram eliminados, pois precisavam de ganhar ao Al Ahly e que o Inter Miami batesse o Palmeiras e nem o seu trabalho fizeram, ao empatarem a quatro com os egípcios.
Num jogo em que permitiram mais de uma dezena de ocasiões claras e estiveram a perder por 1-0, 2-1, 3-2 e 4-3, os 'azuis e brancos' acabaram por responder sempre aos golos do adversário, três deles do palestiniano Wessam Abou Ali, por Rodrigo Mora, William Gomes, Samu e Pepê, este último já aos 89, a evitar penosa derrota.
Poucas horas depois de o FC Porto bater no 'fundo' na terceira ronda, o Benfica subiu ao 'céu', ao conseguir o que não parecia provável, a primeira vitória de sempre sobre o Bayern Munique em jogos oficiais, após três empates e 10 derrotas.
Um golo de Andreas Schjelderup, aos 13 minutos, selou o histórico triunfo aos 'encarnados', face a um Bayern, que, já apurado, fez poupanças de início, mas lançou os principais craques para a segunda parte, em busca de ainda salvar a vitória no Grupo C -- o guarda-redes Trubin não deixou.
Desta forma, o FC Porto já está em Portugal, em convulsão, e com Martín Anselmi na porta de saída, enquanto o Benfica permanece em Charlotte, onde sábado vai disputar os 'oitavos', com o Chelsea, com o qual perdeu os três jogos disputados -- também nunca tinha batido o 'gigante' alemão.
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