"A Geórgia vai procurar dar o máximo para mostrar a sua qualidade. Respeitará Portugal, mas vai tentar criar oportunidades e complicar muito o jogo ao seu adversário. Quanto a Portugal, pode sentir problemas se relaxar. Se respeitar a Geórgia, tem capacidade para ganhar", admitiu à agência Lusa o ex-defesa central internacional português, de 44 anos.
Depois do empate com a França (0-0) e da vitória sobre a Polónia (5-0), Portugal volta ao Estádio Sihot, em Trencin, na Eslováquia, para encarar a Geórgia na terça-feira, às 18:00 locais (17:00 em Lisboa), na terceira e derradeira jornada do Grupo C do Europeu de sub-21, enquanto os gauleses jogam à mesma hora com os polacos, já eliminados, em Zilina.
"Tenho acompanhado esta prova e estou bastante contente com a prestação de Portugal pela maneira como finaliza e joga como equipa. Notou-se uma grande superioridade nas duas jornadas anteriores e é sempre de louvar quando se ganha por 5-0 num torneio tão disputada e com tantas seleções de qualidade. Mais uma vez, os sub-21 estão a mostrar que o futebolista nacional tem uma capacidade acima da média para jogar e interpretar o jogo", observou Ricardo Costa, que contribuiu para a terceira posição dos lusos em 2004.
Numa 'poule' em que os dois primeiros classificados acedem à fase a eliminar, a seleção das 'quinas' soma os mesmos quatro pontos da França, segunda, sobre a qual apresenta uma diferença positiva de quatro golos, enquanto a Geórgia é terceira, com três pontos e tem hipóteses de qualificação, ao contrário da lanterna-vermelha Polónia, ainda a 'zeros'.
"Além do Geovany Quenda, vários jogadores estão a trabalhar com as equipas principais dos seus clubes e isso dá-lhes mais maturidade. Representar os sub-21 é o último passo para chegar à seleção 'AA' e conseguir um feito único na carreira. O Quenda já lá esteve [sem ter competido] e vê-se que o selecionador Roberto Martínez está atento aos jovens talentos, chamando-os quando sente que há qualidade e capacidade para atuarem num nível superior", disse o ex-defesa central, com 22 jogos e um golo pela seleção principal.
A 25.ª edição do Europeu de sub-21 começou na quarta-feira e acabará em 28 de junho, com a final no Estádio Tehelné pole, em Bratislava, sendo que Portugal, finalista vencido em 1994, 2015 e 2021, procura um inédito troféu na 10.ª participação, e terceira seguida.
"Espero que Portugal vá à final pela força exibida até agora. As seleções rivais já devem estar com receio de nos enfrentar pelo nosso nível de jogo e pela liderança do Rui Jorge, que está a realizar um excelente trabalho com todas as gerações. Nota-se que tem uma base montada, os atletas interpretam bem o seu plano e os resultados são reflexo disso. Portugal é um forte candidato a ganhar, sabendo que pode passar por muito stress e ter atuações de nível inferior nesse trajeto", referiu o campeão europeu de sub-18 em 1999.
Portugal está a um empate dos quartos de final e vai encarar uma Geórgia "forte a nível coletivo e em franca evolução", tendo Ricardo Costa destacado a rapidez, jogo de pés e reações aos cruzamentos do guarda-redes Luka Kharatishvili, a segurança defensiva do central Saba Khvadagiani e a disponibilidade física do centrocampista Nodar Lominadze.
"Não estou surpreso com a sua competitividade, visto que trabalhei lá um ano e vi como estão a investir em condições, treinadores e estádios. Depois, há que ter cuidado com a faceta física do futebolista georgiano, que é muito humilde, trabalhador, gosta de ouvir e quer evoluir. A Geórgia pretende mostrar que está cada vez mais forte e preparada para estas grandes provas", concluiu o ex-jogador do FC Porto, dos alemães do Wolfsburgo e dos espanhóis do Valência, que orientou o Dila Gori, segundo classificado da Liga local.