O Sporting sagrou-se bicampeão nacional, este sábado, ao derrotar o Vitória SC (2-0), alcançando algo que já não se via no clube de Alvalade há mais de 70 anos.
A depender apenas de si para fazer a festa do título, o emblema leonino não conseguiu desfazer o nulo ao intervalo, mas da Pedreira chegavam notícias agradáveis para os sportinguistas, em função da desvantagem do Benfica frente ao Sporting de Braga, num jogo que viria a terminar empatado (1-1).
A verdade é que, na reta inicial do segundo tempo, Pedro Gonçalves conseguiu quebrar a muralha defensiva do Vitória SC - que viu a sua vaga europeia fugir para o Santa Clara - e provocou a primeira 'explosão' de alegria ao minuto 55.
Viktor Gyokeres assumiu a responsabilidade de encher o 'Pote' de Alvalade, com o sentenciador 2-0 a surgir aos 82 minutos, quando contornou Bruno Varela para entregar o 21.º título de campeão nacional ao Sporting.
Com 82 pontos, o Sporting sagra-se bicampeão português e deixa para trás o Benfica (80), rival com quem disputará a Taça de Portugal, já no próximo domingo, num novo dérbi 'quentinho', no Jamor. Já o Vitória SC, à semelhança do que aconteceu há duas épocas, volta a cair da quinta para a sexta posição na derradeira ronda, falhando a quarta presença consecutiva nas provas da UEFA.
Vamos então às notas da partida:
Figura
Viktor Gyokeres foi a grande figura, não só do Sporting, como de todo o campeonato. Foram 39 golos, mais do dobro do que os rivais Vangelis Pavlidis (Benfica) e Samu Aghehowa (FC Porto), ambos com 19. Bastou, neste último jogo, um tento certeiro para carimbar o selo de bicampeão nacional, numa altura em que já não restavam dúvidas quanto ao desfecho da I Liga, após várias tentativas para marcar ao longo da partida.
Surpresa
Pedro Gonçalves conseguiu aquilo que já há muito procurava: um golo, que até abriu caminho para a festa. Sem marcar desde o passado mês de setembro, Pote atravessou um longo período de paragem, em função das oscilações na recuperação da lesão, até que, ao sétimo jogo desde o regresso aos relvados, fez o gosto ao pé, num encontro em que ainda esteve perto de 'faturar' noutra ocasião.
Desilusão
Telmo Arcanjo esteve longe do seu melhor nível e pouco ou nada contribuiu para a fluidez ofensiva do Vitória SC, que também esteve muito aquém daquilo a que habituou os adeptos ao longo da época. Entre dribles desperdiçados e perdas de posse de bola, o cabo-verdiano acabou por ficar em campo do início ao fim, mas sem qualquer 'rasgão' que pudesse atormentar a defensiva leonina.
Treinadores
Rui Borges trocou apenas o castigado Morten Hjulmand por Hidemasa Morita e, apesar de algumas dificuldades no primeiro tempo, manteve o mesmo puzzle no início do segundo tempo, altura em que se colocou em vantagem. Sem se 'preocupar' com a final da Taça de Portugal no Jamor, o técnico leonino só mexeu pela primeira vez ao minuto 77, antecedendo precisamente o golo tranquilizador de Gyokeres.
Luís Freire fez várias alterações, desde a defesa ao ataque, sobretudo para colmatar as ausências de Filipe Relvas e Tomás Handel, por castigo. Sem criar lances de perigo durante praticamente toda a partida, os vimaranenses apenas conseguiram aproximar-se baliza de Rui Silva quando já se encontravam em desvantagem, sem 'mossa', numa altura em que ainda sonhavam com a vaga de acesso à Liga Conferência.
Árbitro
Fábio Veríssimo protagonizou uma arbitragem segura e sem casos polémicos, tendo imposto o seu critério disciplinar mais rígido desde muito cedo, de forma globalmente coerente.
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