Nas agências de viagem, o preço sai mais ainda mais caro: até 7,2 mil dólares (5,6 mil euros), em passeio mais luxuoso, com escala em Paris.
O Corinthians foi uma vez campeã mundial e conta com o segundo maior número de adeptos do Brasil, com 25 milhões, perdendo apenas para o Flamengo. A estreia da equipa no mundial será na quarta-feira, em Toyota, ante os egípcios do Al Ahly.
A Gaviões da Fiel, claque organizada do Corinthians, estima que cerca de cinco mil dos seus sócios acompanhem o Mundial de Clubes no Japão, entre os mais de 20 mil corinthianos que devem comparecer nos estádios.
A claque tem uma sede no Japão, composta pelos descendentes de brasileiros habitantes no país, que ficaram responsáveis por ajudar a preparar a logística para receber os colegas que moram a mais de 18 mil quilómetros de distância.
As mais de 20 horas de voo até o Japão não foram o primeiro desafio dos corinthianos. Natália Rodrigues Zanotti, de 21 anos, fez rifas, como a de uma câmara digital e de um aparelho de DVD, como forma de conseguir os 3.000 reais (mil euros) para dar entrada na viagem.
"O Corinthians é nossa paixão, é nossa loucura. É o que me motiva a viajar sem ter condições financeiras", disse à agência Lusa Zanotti.
Os 10 mil reais restantes (3,7 mil euros) para completar o pagamento, a auxiliar administrativa pagou em 24 vezes, porque não tem cartão de crédito. O valor da parcela é mais de metade dos 800 reais (168 euros) do seu salário mensal.
Quase 70 anos mais velha que Zanotti, Geni Santiago de Almeida é outra adepta que embarcou para o Japão, no último sábado. Fundadora da Gaviões da Fiel, diz não ter medo da viagem. "Se tiver um samba no caminho, eu aproveito".
Uma adepta, conhecida como ‘Tia Geni’, conta que sua maior vontade era ver o Corinthians campeão da Libertadores, o que conseguiu neste ano.
"Agora, só quero que o Corinthians jogue bem para trazer o caneco, para eu poder morrer feliz. Já fiz de tudo nesta vida, só falta isso", disse à Lusa, por telefone, a adepta de 91 anos.
Por seu lado, Adauto de Oliveira e Silva, de 47 anos, e Wilson Rodrigues do Espírito Santo, de 48, contam que esperam a oportunidade de participar num Mundial desde 1991, quando viram o Corinthians perder a Libertadores da América.
"Neste momento de crise interna no Chelsea, acredito que nossa vitória vai ser contra o Monterrey, na final", afirmou Oliveira e Silva, prevendo uma derrota da equipa inglesa na outra meia-final do torneio, que será disputada na quinta-feira.
Já Rodrigues do Espírito Santo, ensaia algumas palavras em japonês, como ‘água’ e ‘bom dia’, e memoriza orientações do guia da claque, feito por autoridades consulares japonesas.
"Não se pode fazer samba na rua, nem carregar faixas, mas a gente desorganiza rapidinho, para mostrar a nossa festa", disse Rodrigues do Espírito Santo.