Pouco depois das novas críticas de Pinto da Costa dirigidas a si, André Villas Boas marcou presença numa sessão no âmbito da candidatura à presidência do FC Porto, este domingo, em Esposende, acabando por justificar o motivo pelo qual não avançou para a corrida pelo cargo há quatro anos, em 2020, além de ter valorizado o legado e lamentado a "ruína financeira" dos últimos mandados do atual presidente dos dragões.
"Em 2020, estava no Olympique Marseille. Compreendi que aquele não era o meu momento. Uma candidatura como esta tinha que ser apresentada precisamente assim, de uma forma construtiva, pensada, com as melhores pessoas, com as melhores competências, para quando se apresentasse a sufrágio, fosse já uma afirmação e não um teste das águas. Estava em França e em altura de pandemia. Nunca iria ter esta força e esta pujança. Em 2020, para fazer em cima do joelho, teria sido também um erro", começou por dizer em declarações citadas no jornal O Jogo.
"Nos últimos 12 anos arrastámo-nos para a ruína financeira, estamos numa situação limite. Conquistámos três campeonatos nos últimos sete, mas pagámos um preço elevado para os ter conquistados. Temos um conjunto enorme de fornecedores, agentes e clubes a quem devemos dinheiro, está nas mãos deles cobrar ao FC Porto a qualquer momento", apontou ainda, antes de falar da pressão deixada pelo legado de Pinto da Costa.
"Eleições de 27 de abril? Vamos estar sob pressão, sobretudo pelo legado que nos é deixado por Pinto da Costa. Será fator de pressão, mas também de responsabilidade para convosco. Quero que exijam o máximo de mim. Seja qual for o resultado, o FC Porto estará vivo de novo. Que este seja um novo acordar para o clube. O presidente deixa-nos um passado de vitórias sem igual, mas estruturalmente não existimos, em termos de gestão desaparecemos e é neste ponto que queremos ser inflexíveis antes que seja tarde demais", completou.
Recorde-se que André Villas-Boas concorre com Pinto da Costa (no cargo há 42 anos) e Nuno Lobo na corrida pela presidência do FC Porto, em eleições agendadas para o próximo dia 27 de abril.
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