Thomas Hitzlsperger é o protagonista do documentário "Das Letzte Tabu" ("O Último Tabu"), lançado, recentemente, pela plataforma de 'streaming' Prime Video, no qual dá o seu testemunho enquanto única personalidade do futebol alemão a assumir a homossexualidade.

O anúncio público surgiu em 2014, depois de ter colocado ponto final numa carreira 'recheada', na qual representou clubes como Bayern Munique, Lazio ou West Ham, e na qual chegou mesmo a sagrar-se vice-campeão europeu, em 2008, ao serviço da principal seleção germânica (onde defrontou Portugal, nos quartos-de-final).

Em entrevista concedida à edição desta terça-feira do jornal alemão Bild, o antigo médio, atualmente com 41 anos de idade, revelou que chegou a ponderar quebrar o "tabu" antes de 'pendurar as chuteiras', mas foi desaconselhado por um advogado.

"Se, na altura, ele te diz 'Jamais, sob quaisquer circunstâncias, fales sobre isso!', isso influencia-te. Fui ter com ele para perguntar se deveria assumir-me. Uma hora depois, saí e sabia que não diria mais nada (...). Foi em 2012, quando jogava no Wolfsburgo", afirmou.

"Sempre que o assunto surgia, apercebias-te de que era difícil, desagradável, e que, na verdade, não querias falar sobre ele. Lembro-me, na verdade, de ouvir as pessoas a falarem dos gays. Nem toda a gente à minha volta pensava que era positivo", prosseguiu.

"Quando me mudei para Roma, em 2010, apercebi-me de que já não podia conter mais os meus sentimentos. Até lá, não conseguia imaginar que, de todas as pessoas, eu pudesse ser gay. Reprimia isso mesmo", completou.