Numa longa entrevista ao Globo Esporte, Walter, antigo avançado do FC Porto, falou sobre vários aspetos da sua vida. A carreira, as origens humildes, e a violência a que assistiu no seu bairro - Coque, em Recife.
"Vi a morte do meu irmão. Tinha oito anos. Nunca saiu da minha cabeça. Temos um costume na comunidade. Quando há um tiroteio todo o mundo foge. E depois, vamos ver quem morreu. Quando fui ver, e eu não sabia, era o meu irmão. Foi um choque muito grande. Foi a pior coisa que passei na minha vida e bem cruel", revelou, mas admitindo que hoje em dia o local "está melhor" a nível de segurança.
Livre no mercado, Walter aproveita as "férias" como gosta no Recife. "Gosto de estar 'largado', de calças e sandálias, e fico até meia noite, 1h da manhã conversando com meus amigos... Saio do Coque nessa hora e depois volto para dormir na casa da minha mãe", admite o brasileiro de 34 anos.
Walter criticou ainda o São Borja, o último clube onde jogou, "que não parecia profissional". O jogador estreou-se numa goleada por 4-0, perdeu um penálti e terminou dispensado. "Disseram que me iam pagar e não me pagaram. Tenho vergonha de dizer que eu joguei lá, e não foi para mim só. Foi também para outras pessoas. Aquilo não parecia profissional", atira.
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