"Exibição de Trubin na Luz? Com Odysseas, a história teria sido outra..."

Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, o antigo candidato à presidência do Benfica faz uma análise ao que foi a estreia das águias na edição deste ano da Liga dos Campeões. Pede tempo para que Arthur Cabral se adapte à equipa e condena a venda de Vlachodimos neste verão.

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Rodrigo Querido
22/09/2023 07:55 ‧ 22/09/2023 por Rodrigo Querido

Desporto

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O Benfica cumpriu na quarta-feira o primeiro jogo na edição deste ano da Liga dos Campeões, mas sem o resultado que, certamente, desejava. O clube da Luz foi surpreendido pelo RB Salzburgo e perdeu por 0-2, num jogo em que esteve com menos um jogador desde os 13 minutos.

Em conversa exclusiva com o Desporto ao Minuto, Bruno Costa Carvalho, ex-candidato à presidência das águias, fez uma análise ao que foi a estreia dos encarnados na versão 2023/24 da Champions. O empresário fala de uma equipa que entrou adormecida na partida, mas que melhorou a partir do momento em que António Silva viu um cartão vermelho direto. 

"O Benfica entrou muito mal no jogo. O Salzburgo estava muito mais pressionante, entrou ao ataque e o Benfica ficou um pouco sem reação. Houve o primeiro penálti, que não foi golo, e o segundo penálti também bem assinalado. O António Silva não o devia ter feito, mais valia ter sofrido o golo. Quando ficamos com 10, aí sim o Benfica mostrou personalidade, jogou como se estivesse com 11 jogadores", começou por dizer Bruno Costa Carvalho.

"Acho que o Roger Schmidt não fez as melhores opções e esteve muito tempo adormecido no jogo. Isso tem vindo a ser um padrão. O Benfica não tem jogado mal e na quarta-feira até jogou bem. Não entendo é o desaparecimento do Florentino da equipa. Entra o Chiquinho e isso é estranho. Mexeu bem quando ficámos com dez jogadores, tirou o João Mário que era a única opção viável. E a questão do Aursnes a defesa esquerdo tem de acabar, não é uma boa opção. É bastante má e de recurso", prosseguiu o empresário, falando depois da saída de Odysseas Vlachodimos para o Nottingham Forest no mercado de verão.

"Houve uma precipitação no caso Vlachodimos. Eu vi a pressão toda contra ele, dos adeptos e de toda a gente. Achei isso muito estranho. O Vlachodimos é um guarda-redes tarimbado e de Liga dos Campeões. O guarda-redes do Salzburgo fez uma grande exibição na Luz e nós tivemos um guarda-redes muito nervoso e que deixou as maiores desconfianças perante nós, os adeptos", vincou, falando da exibição de Trubin.

A saída de Vlachodimos e a chegada de Trubin

O guardião ucraniano foi mesmo um dos elementos a menos na partida de quarta-feira. E sobre isso, Bruno Costa Carvalho alerta que a entrada em falso de Trubin no encontro, com uma grande penalidade provocada, pode ter criado instabilidade na equipa.

"É evidente que sim. Todos se lembram quando o Roberto era o guarda-redes do Benfica e o que acontecia. Na quarta-feira, o Trubin fez-me lembrar, em vários momentos, o que era o Roberto. E eram momentos bastante maus. O Rui Costa e o treinador levavam muita pressão para o Vlachodimos ir embora. Ele não era o melhor guarda-redes do mundo, mas era um bom guarda-redes. Defendia bastante. A substituição do Vlachodimos tinha de ser feita com muita cautela e com alguém que tivesse tempo para se adaptar ou com um valor completamente seguro, mas esses são muito caros. Por isso, acho que a maneira como o Vlachodimos foi tratado pelos adeptos e pelo Benfica não foi uma coisa muito prudente", vincou Bruno Costa Carvalho, falando da pressão sobre o ucraniano.

"De repente vi toda a gente dizer que o Trubin era o novo Oblak ou Ederson. Mas, de facto, esses guarda-redes não existem todos os dias e, por isso, é que são vendidos pelos preços que são. Eu não sei se o Trubin pode vir a ser um bom guarda-redes. Mas penso que, com este começo e a pressão que lhe puseram em cima, não lhe vão dar tempo para que ele possa crescer. Vejo com muita preocupação a questão da baliza e do defesa esquerdo. Vamos ver se o Bernat vem em boa forma. Se vem do PSG, talvez já devesse estar a jogar. E ver o Aursnes ali é, por vezes, confrangedor. Estamos com uma série de equívocos desde o Florentino, que devia ter titular em algumas situações. Mas parece que já não entra nas contas do treinador", frisou.

Vlachodimos devia ter ficado e o Clássico com o FC Porto

Questionado sobre se os adeptos devem dar tempo para que Trubin se adapte a um novo contexto, Bruno Costa Carvalho recusa essa ideia e lembra que um guarda-redes pode fazer uma equipa perder ou ganhar pontos.

"Roger Schmidt não pode dar tempo a Trubin, a um guarda-redes não se dá tempo. Um guarda-redes quando entra tem de defender bem porque um erro dele não é igual a um de um médio que faz mal um passe. Os erros dos guarda-redes custam muitos pontos. É um lugar que não se pode brincar. E não há esses tempos de adaptação. O guarda-redes quando entra tem de ser bom. E se não sabemos se é bom, não mandamos embora o guarda-redes que estava lá. Não é preciso ser-se inteligente para se dizer isto", prosseguiu, defendendo a continuidade do grego entretanto transferido para a Premier League.

"Estava lá um guardião que era bom. O Benfica já teve guarda-redes melhores que o Vlachodimos, mas ele ganhou-nos muitos pontos e era campeão nacional. Esta situação foi muito mal gerida. E disse isso publicamente. Não gostei da maneira como ele foi tratado quer pelos adeptos, quer pelo treinador e a estrutura do Benfica. A coisa não foi bem feita. E se o Vlachodimos tivesse estado na baliza contra o Salzburgo, a história não tinha sido igual", sustentou o ex-candidato à presidência do Benfica, vincando que Roger Schmidt não deveria ter permitido a saída de Odysseas Vlachodimos.

"Sou dessa opinião, claro. Mas não podemos confundir a Liga dos Campeões com o campeonato nacional. Na I Liga os nossos adversários têm muito menos oportunidades. Eu vi o jogo com o Vizela. O Trubin sofreu um penálti, mas não fez uma defesa o jogo todo porque o Vizela não chegava à baliza. O Sporting tem uma boa equipa, está a jogar muito bem, mas com poucas soluções no banco. E o FC Porto a fazer o que pode mas com um plantel pior. O Benfica tem a equipa com mais condições para ganhar o campeonato, com ou sem o Trubin. O Benfica tem o melhor plantel, mas isso não ganha campeonatos, ganham-se jogando. E com o Vlachodimos tínhamos mais garantias", sustentou.

Com o Clássico diante do FC Porto aí à porta, Bruno Costa Carvalho sublinha que seria um erro de todo o tamanho retirar Trubin da baliza no duelo diante do Portimonense.

"Nem me passa pela cabeça que o Trubin não jogue em Portimão, seria catastrófico se não fosse ele. Aí é que era retirar a confiança toda ao guarda-redes. Não podemos tirar essas conclusões depois de um jogo. Se o scouting do Benfica, que tem feito coisas muito boas nos últimos anos, o elegeu... Vamos confiar que foi um mau jogo e que ele vai melhorar, que estava nervoso e era a Champions. Ele tem de ter confiança, porque eles vivem da confiança dos treinador e dos adeptos. Tirá-lo seria um ato completamente suicida e com danos bastante grandes para a parte psicológica do guarda-redes. Ele tem de jogar", vincou.

O 'desaparecido' Arthur Cabral e o momento de Musa

Um dos outros reforços de verão do Benfica foi o brasileiro Arthur Cabral, que veio com a missão de fazer esquecer Gonçalo Ramos. Ainda assim, o ex-Fiorentina parece ainda não ter a total confiança de Roger Schmidt, e prova disso foram os 10 minutos nos últimos três jogos dos encarnados - não saiu do banco com o Salzburgo. Bruno Costa Carvalho pede tempo para que o dianteiro se adapte, lembrando que este não chegou na melhor forma.

"A época é longa, temos de dar tempo. É um caso claro de adaptação ao Benfica. Vamos ver, dou o benefício da dúvida por enquanto. Temos um Musa que joga bem e que é o melhor ponta de lança da equipa neste momento. A época é longa, há muitos jogos e tenho esperança que o Arthur Cabral justifique aquilo que pagámos por ele. E este ano pagámos muito dinheiro por outros jogadores que não estão a render o que gostávamos. Ao contrário do guarda-redes, em que não se deve dar tempo porque o impacto pode ser imediato, no caso avançado isso tem de existir. Enquanto o Musa estiver a jogar bem, o treinador tem menos opções. Mas vão haver vários jogos. O Benfica pode jogar em 4x4x2, que não é pouco familiar à equipa. Quando chegou, todos vimos que o Arthur não estava na sua plena forma, nem mesmo fisicamente. Espero que ele justifique o investimento", finalizou.

Leia Também: Notas do Benfica-RB Salzburgo: Personalidade de Neves não foi suficiente

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