Francisco Neto projetou, esta sexta-feira, o primeiro de dois importantes amigáveis que antecedem a participação (inédita) da seleção nacional feminina, frente à Inglaterra, tendo revelado a forma como surgiu o amigável deste sábado, a partir das 15h15, frente às campeãs europeias.
Além disso, o selecionador nacional de futebol feminino não hesitou em realçar o crescimento, bem como as dificuldades da sua equipa, além de garantir que a ambição passa por fazer "mais de três jogos" no Mundial", com o sonho de passar a fase de grupos, onde defrontará Países Baixos, Estados Unidos da América e Vietname, já a partir do próximo dia 23 de julho.
Confira todas as declarações prestadas em solo inglês:
Expectativas para 'teste de fogo' com campeã Inglaterra: "Acima de tudo, esperamos um jogo de elevado grau de dificuldade, algo próximo aos que iremos encontrar na fase de grupos. É uma equipa que irá para o Mundial a lutar pelos lugares cimeiros, à imagem de outros adversários que vamos encontrar. Queremos perceber em que patamar estamos, quais os erros que vamos cometer e teremos de melhorar, assim como aquilo que de bom já conseguimos fazer. Será um jogo que nada irá definir aquilo que será Portugal no Campeonato do Mundo, mas ajudará a perceber o conhecimento do estado atual da equipa. Aconteça o que acontecer amanhã, não seremos nem os melhores, nem os piores do mundo. Foi isso que disse às jogadoras"
Aspetos a trabalhar contra a Inglaterra: "Algo que nós temos vindo a falar há muito tempo, que se percebe melhor nestes grandes teste, é a nossa capacidade para ter bola aquando da pressão. Nós temos vindo a crescer imenso neste aspeto, mas sabemos que não estamos onde temos e queremos estar. Ainda falta algum tempo. A Inglaterra irá pressionar com agressividade, até com referências individuais, à semelhança do que fazem Estados Unidos e Países Baixos. Será um bom teste, no fundo".
Coisas imprevisíveis no jogo: "Essas não podemos dizer. Temos vários tipos de características no nosso estilo de jogo, sobretudo em explorar o espaço que os adversários nos libertam. Temos jogadoras capazes de atacar a profundidade, muito técnicas e criativas. Quando esses fatores se conjugam, somos mais perigosos, enquanto coletivo temos de permitir isso. Vamos ver se neste jogo teremos essa capacidade ou não, contra uma das melhores equipas do mundo".
Equipas para apanhar no futuro?: "Claro que queremos repetir os adversários todos. Queremos fazer o máximo de jogos possíveis na competição. Temos essa ambição, apesar da consciência nas dificuldades. Queremos fazer mais do que três jogos e chegar ao último jogo a depender de nós. Esta é uma seleção que acredita. Estou muito contente por este jogo que vem na sequência de uma conversa com a selecionadora de Inglaterra [Sarina Wiegman], ainda em outubro, na altura do sorteio. Prometi-lhe que teria todo o gosto se nos apurássemos para o Campeonato do Mundo. Vimos aqui com satisfação, é sinal que algo de muito grande aconteceu no nosso país em relação ao que é o futebol feminino em Portugal".
Confiança estrangeira na seleção feminina superior à que se tem em Portugal: "Não sinto isso. Os portugueses apoiam-nos imenso. É incrível a forma carinhosa como as pessoas nos abordam na rua. Somos, possivelmente, das seleções que menos vezes ganha. Não temos lutado por títulos, mas as pessoas identificam-se connosco. Trazemos emoção às pessoas. Tanto em Portugal, como fora, há um apoio muito grande. O último Europeu foi prova disso".
Ambiente com estádio cheio em Inglaterra: "O ambiente vai ser espetacular, acredito que com muita gente a torcer pelo jogo, a recriar o ambiente que vamos encontrar na Nova Zelândia. Mesmo no nosso país, temos crescido no número de adeptos. O play-off foi a amostra disso. Conseguimos encher estádios, embora pequeninos, é algo em que temos de crescer. Lanço já o repto para o jogo no Bessa, contra a Ucrânia".
Substituição forçada no estágio: "Queremos potenciar jogadoras que podem estar connosco no futuro, depois de passarem por camadas jovens. A Maria Alagoa [que substituiu Joana Martins] tinha a vantagem de estar a competir, aliado à qualidade. Não nos podemos esquecer que a época acabou há um mês, muitas jogadoras entraram de férias. A Maria reuniu os critérios todos e está fisicamente disponível. A presença destas jogadoras é na base de preparar o futuro. Estão sempre disponíveis para jogar estas partidas".