"A nossa proposta foi aprovada por 52,6% e, naturalmente, que nos sentimos satisfeitos por poder avançar no sentido do clube se transformar num clube mais moderno", afirmou o presidente do Marítimo, Rui Fontes, no fim da AG que durou pouco mais de três horas.
O dirigente garantiu que não sente a sua presidência mais reforçada, mas sim "mais responsabilidade, para que o Marítimo tenha uma equipa forte na II Liga, porque o voto que foi dado pelos sócios foi com a intenção de ver cumprido o que foi dito".
O Plano Estratégico para o futuro imediato do emblema insular visa uma "reorganização da estrutura empresarial do universo Marítimo, para que efetivamente se possa preparar o Marítimo para aquilo que é o desafio que tem hoje em dia", indicou o consultor Hugo Caetano na apresentação do projeto aos sócios na sessão de esclarecimento, com o objetivo de atrair "atuais ou novos investidores".
Segundo o mesmo, os investidores que têm demonstrado interesse "necessitam que este plano estratégico seja visto e seja apreciado, seja com esta direção ou com outra, porque efetivamente a parte principal é a necessidade de profissionalizar a SAD, que está dentro do clube, não está profissionalizada, não desempenha na totalidade o seu objetivo".
De acordo com o dirigente, o Marítimo apenas está disposto a vender 40% da SAD, avaliada em 17 milhões de euros, ressalvando que esse não tem de ser o valor final.
"Foi a avaliação que foi feita da SAD e 40% da SAD foi avaliada em 17 milhões, o que não quer dizer que seja 17 milhões, pode ser menos. É até 17 milhões e até 40%", explicou o presidente que cumpre o segundo mandato.
De acordo com Rui Fontes, as propostas que o clube já tem em mãos vão ser analisadas e serão dadas "indicações para que rapidamente seja resolvido, porque o Marítimo precisa imediatamente de fazer uma equipa de futebol forte e só com investimento é que o pode fazer".
Questionado sobre se o investidor vai ter voz ativa, o líder madeirense garantiu que "ainda tem de ser tudo negociado, e que neste momento, com esta aprovação, foi autorizado a negociar". "Depois, o resultado das negociações será apresentado em assembleia geral e lá serão indicadas quais são as exigências do investidor ou do grupo de investidores", completou.
Estiveram presentes cerca de 600 sócios na AG, que tinha apenas como ponto a votação do plano estratégico, mas apenas 445 cumpriam os requisitos para ter direito a voto, tendo resultado em 234 votos a favor, 138 contra, sete abstenções e 66 nulos (pessoas que não exerceram o seu direito ao voto).
No final da AG foram muitos os protestos dos sócios devido ao método da votação com recurso ao braço no ar.
"Os estatutos do Marítimo dizem como são feitas as votações. A votação é através de braço no ar e, portanto, cumprimos aquilo que os regulamentos dizem", finalizou Rui Fontes.
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