Carla Ferreira, a filha mais velha de Eusébio, concedeu, esta quarta-feira, uma extensa entrevista ao jornal italiano Gazzetta dello Sport, a propósito do jogo entre Inter e Benfica, a contar para a segunda mão do quartos de final da Liga dos Campeões.
A filha do antigo jogador assume que, se fosse vivo, o seu pai estaria muito orgulhoso de ver jogar o Benfica que é orientado por Roger Schmidt.
"Eu diria que ele teria gostado. Em geral, ele teria gostado do futebol moderno também porque não gostava de manter as suas convicções. Ele estava sempre interessado na evolução do jogo em todas as suas formas. O pai nunca teria querido morrer antes de voltar a ver o clube da sua vida como campeão europeu: infelizmente não era possível mas, onde quer que esteja hoje, ficaria feliz e orgulhoso deste Benfica, que joga bem e dá alegria", começou por dizer Carla Ferreira.
"Ele teria apreciado uma equipa que se exalta coletivamente, mas que é constituída por muitos talentos. Se tivesse de mencionar um nome entre todos, diria Gonçalo Ramos, que está a provar ser um grande marcador de golos com um futuro brilhante à sua frente", acrescentou, antes de falar do legado do seu pai.
"O meu pai não é apenas a estátua em frente ao estádio em Lisboa que acolhe adeptos e turistas, ele não é apenas o nome de uma rua em muitas cidades de Portugal. Ele é uma luz para aqueles que amam futebol, um ponto de referência para todos os benfiquistas. Especialmente em noites como estas", vincou.
Sobre o encontro desta noite, Carla Ferreira assumiu que vai ser um jogo especial, recordando que Eusébio chegou a estar a um passo do Inter na década de 60.
"O Inter-Benfica é um jogo especial, é história do futebol e história da família. Infelizmente, a nossa equipa encontra-se numa situação difícil e imprevista, mas dará tudo para tentar eliminar os nerazzurri e conseguir a qualificação. Apesar dos 0-2 na Luz, certamente não considero o Benfica já eliminado: ninguém ganha antes do jogo, mesmo que não estejamos no nosso melhor momento de forma. Pelo contrário, os rapazes podem sempre ser ajudados pelo passado deste clube lendário...", frisou Carla Ferreira.
"Ele próprio o disse. Ele tinha vindo a Milão à procura de uma casa, o acordo com o presidente Moratti estava feito, mas depois o encerramento das fronteiras italianas fez abortar tudo. O pai estava também próximo da Juve e de outros grandes europeus na sua carreira. Gostaria de ter crescido num belo país como a Itália, mas devo admitir que fui muito, muito feliz aqui em Portugal. Claro que agora estaria ainda mais feliz se este Inter-Benfica terminasse de forma diferente do que no passado. Se a 'remontada' na Liga dos Campeões se concretizasse, talvez em nome de Eusébio", finalizou.
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