Vive na Malásia um avançado inglês que, tal como Harry Kane, deseja liderar a sua seleção no Mundial'2026. Lee Tuck, nascido em Halifax, é internacional pelo país do sudeste asiático e guarda consigo uma história interessante.
Aos 34 anos, o avançado representa o Kedah Darul Aman, naquele que é o nono clube que representa na Ásia desde 2009. Em entrevista ao Daily Star, Tuck contou como chegou ao continente asiático e a volta que aceitou dar à própria vida.
"Quando tinha 21 anos, tive a oportunidade de jogar na Tailândia através de um amigo. Disse-lhe que, caso houvesse a hipótese de ser titular lá, eu ia. Estava a trabalhar com ladrilhos, em construções, e jogava à noite pelo Guiseley. Ele disse que me ajudava a ir a uns testes para ver como corria", começou por dizer.
"Não conhecia a Tailândia, acho que nem havia tantos jogadores internacionais lá naquela altura. Disse adeus ao Guiseley, despedi-me do meu emprego, vendi o meu carro e fui embora. Passada uma semana de testes, ofereceram-me contrato. Não olhei mais para trás", contou ainda.
Seis anos depois, Tuck deixou a Tailândia para experimentar o futebol do Bangladesh, mudando-se, em 2017, para a Malásia, país pelo qual se tornou internacional.
"Ficas elegível para te tornares cidadão de um país passados cinco anos. Eu joguei seis temporadas aqui, mas já me tinham que a federação tinha planos para me tornar internacional", disse.
Com 11 internacionalizações, Tuck já apontou dois golos, um deles frente ao Camboja, motivo de orgulho.
"É de loucos. Era algo que sonhei fazer. Sou um grande sonhador e, por vezes, minto a mim mesmo e digo que as coisas são possíveis quando, na verdade, não o são. É uma experiência inacreditável, especialmente quando o estádio está lotado com 60 mil adeptos. Estava empolgado e nem consegui dormir nessa noite", contou ainda.
Cada vez mais perto de poder participar na Taça das Nações Asiáticas, Lee Tuck relembrou a participação de Austrália e Japão no Mundial do Qatar e admitiu que a Malásia... não está longe de o conseguir fazer.
"É só olhar para o que eles fizeram no Mundial, é outro nível que temos de experimentar e competir contra. Nós não estamos assim tão longe do Mundial. É claro que ainda temos de puxar mais por nós para chegar lá e não será fácil, mas temos potencial. Se acontecer... Acho que não conseguiria olhar para a minha carreira e arrepender-me de algo. É muito entusiasmante, estamos a crescer enquanto equipa, o progresso dos últimos três anos tem sido notável. Entrar no Mundial? Ainda sonho com isso", concluiu.
A Malásia nunca participou num Mundial. No apuramento para o Campeonato do Mundo do Qatar, de 2022, os asiáticos terminaram em terceiro no Grupo G. O continente foi representado na prova por Qatar, Irão, Coreia do Sul, Arábia Saudita, Japão e Austrália.
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