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"O Paulo Sérgio tem o direito de escolher quem quer. Eu não me encaixava"

Ao fim de 13 anos ligado ao Portimonense, Ricardo Pessoa terminou a carreira de jogador em 2018 e integrou imediatamente a equipa técnica do clube, do qual saiu no final da temporada passada. Em conversa com o Desporto ao Minuto, o treinador adjunto salientou algumas incompatibilidades com Paulo Sérgio que conduziram ao fim de ciclo em Portimão.

"O Paulo Sérgio tem o direito de escolher quem quer. Eu não me encaixava"
Notícias ao Minuto

08:01 - 11/07/22 por Miguel Simões

Desporto Ricardo Pessoa

Logo após ter terminado um percurso de 25 anos a jogar futebol, Ricardo Pessoa manteve-se no Portimonense com novas funções e passou a exercer o cargo de treinador adjunto, a partir de 2018. Primeiro, com António Folha. Mais tarde, com Paulo Sérgio.

Em conversa com o Desporto ao Minuto, o técnico de 40 anos falou de algumas incompatibilidades que o levaram a sair dos algarvios, no final da temporada passada, após 17 anos de ligação, os últimos quatro enquanto técnico.

Questionado pelos motivos que o levaram a abandonar o clube ao fim de tanto tempo, Ricardo Pessoa recorreu às "ideias diferentes" e à forma como isso conduziu à saída da equipa técnica liderada por Paulo Sérgio.

"Foram vários fatores. Até hoje, nunca quis tocar muito nesse assunto, tratei-o sempre ao de leve e assim vai continuar. Mas foram essencialmente ideias diferentes de trabalhar e isso qualquer pessoa tem direito a tê-las. Não há uma que é melhor, não há outra que é pior. Nada disso. Com ideias diferentes, acredito que conseguimos trabalhar e, se calhar, crescer ainda mais, até porque de um lado vai buscar-se uma coisa e do outro vai buscar-se outra", começou por dizer.

"Não foi assim de acordo com a ideia que o Paulo [Sérgio] tinha, que tem todo o direito a escolher as pessoas com quem quer trabalhar dentro da forma dele. Eu também não me encaixava muito naquela forma de trabalhar. Tenho a minha maneira de pensar no futebol. Ao longo da minha carreira, aprendi com muita gente e sempre fui profissional. Não há ninguém que possa dizer o contrário, portanto, habituei-me a ser profissional", acrescentou.

Apesar dessas incompatibilidades , o técnico de 40 anos garante que já sentia que se aproximava a altura de avançar na carreira. "À parte dos diversos pontos de vista diferentes, que não é problema nenhum, foi uma das razões. E depois havia algo que já estava a crescer dentro de mim e que eu sentia que era a altura de dar o próximo passo. A partir do momento em que o treinador, neste caso o Paulo Sérgio, não pretende continuar a trabalhar comigo... Eu já andava a pensar em dar o próximo passo e isto ajudou-me a que eu tomasse a decisão de dá-lo no imediato"

Antes de trabalhar com Paulo Sérgio, em 2020, Ricardo Pessoa trabalhou cerca de dois anos com António Folha e acabou por ser desafiado a comparar as ideias e as formas de trabalhar dos dois técnicos.

"São duas formas diferentes. O [António] Folha teve a escola no FC Porto e alguma influência daquilo que foi o seu percurso lá, como adjunto do Luís Castro. Aprendi muito em termos de planificação e utilização táticas, assim como a forma de lidar com os jogadores. O [António] Folha gosta muito mais de um jogo de posse e bonito, que a mim me seduz bastante. O Paulo [Sérgio] é uma pessoa com ideias próprias, que gosta muito do jogo de profundidade e procurar as costas", atirou.

"Todas as ideias são válidas, desde que possamos garantir os objetivos. Podemos identificar-nos mais com umas do que com outra. Perante estes dois casos, a minha ideia é muito mais parecida com a do [António] Folha. Trabalhei quatro anos lá, dois anos com o António Folha e o restante tempo com o Paulo Sérgio. O [António] Folha foi a primeira pessoa com quem trabalhei, adorei trabalhar com ele e ainda hoje somos amigos. Havia coisas que não me faziam muito sentido, mas ele fez-me perceber o caminho a seguir", acrescentou.

Na lógica da ideia de jogo, Ricardo Pessoa acabou ainda por aprofundar o seu estilo de jogo como meta daquilo que quer aplicar nas suas equipas futuramente, garantindo que gosta de um jogo mais ofensivo.

"Gosto de um jogo de posse, não só uma de passe para o lado e para trás, mas sim uma que seja agressiva e que faça o adversário desmobilizar-se a qualquer momento. Gosto de equipas ofensivas que procuram o golo e que, quando se perde a bola, haja intensidade na reação à perda. A minha ideia é sempre a de ficar perto da baliza adversária, para estarmos mais perto de ganhar, não tanto a de proteger a nossa baliza. Com bola, há que ter capacidade e qualidade para a ter. Sem bola, pede-se rápida reação à perda porque, afinal de contas, nós jogamos é com bola. Quanto mais tempo a tivermos, mais donos e senhores somos do jogo", rematou.

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