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Um marcador improvável do campeão inevitável: Notas do Benfica-FC Porto

Um Clássico de poucas aventuras de parte a parte, mas que se manteve aberto até ao final. A vitória só se pintou de azul e branco porque Zaidu teve pilhas para ir ao ataque. Mesmo sem o golo do nigeriano, a tarefa já seria de sucesso para os dragões.

Um marcador improvável do campeão inevitável: Notas do Benfica-FC Porto
Notícias ao Minuto

07:10 - 08/05/22 por Tiago Antunes

Desporto Análise

À 33.ª jornada da I Liga, 'habemus champion'. O FC Porto não quis adiar mais a festa do título e venceu no sábado o Benfica por 1-0, no Estádio da Luz. Um Clássico será sempre um Clássico, a menos que seja decisivo nas contas do título, o que o eleva a todos os níveis.

Talvez tenha sido esse o fator que mais influenciou a exibição das duas equipas. O conjunto azul e branco entrou no jogo a meio gás, não parecia o mais interessado em arriscar para vencer. Já as águias fizeram o seu jogo, foram à baliza de Diogo Costa, mas de forma atabalhoada e pouco acutilante.

A grande ação do jogo apareceu na segunda parte, especialmente com o acelerar do ritmo das duas equipas. O golo de Darwin mexeu com o jogo e obrigou o FC Porto a mais ação. Foi por isso que os azuis e brancos chegaram ao golo da vitória, por terem procurado mais para não deixar o título fugir.

Esse tento foi marcado por um dos marcadores mais improváveis. Ninguém diria antes do jogo que Zaidu seria o autor do golo que iria garantir o título aos dragões. Contudo, e sem tirar mérito ao trabalho do nigeriano, mesmo sem o golo, os azuis e brancos seriam campeões, sendo inevitável, dessa forma, tirar o título ao FC Porto.

É um título que abre a cabine de troféus do FC Porto nesta época. Depois da I Liga, os dragões podem ainda ganhar a Taça de Portugal e fazer uma das melhores épocas dos últimos tempos. Para já, os jogadores festejam o que já conseguiram.

Vamos às notas.

A figura

Num jogo que tem consequências enormes nas contas de um título, as individualidades temem em aparecer. Por isso, fica difícil escolher um jogador que se destaque em campo, já que o valor do coletivo deve sobrepor-se a tudo o resto. Com sorte, houve golo e isso ajudou nesta decisão. Zaidu foi, sem dúvida (por causa do golo), o melhor em campo. Numa altura em que parecia que o Benfica estava mais perto do golo que o FC Porto, o nigeriano ainda teve pilhas para ir ao ataque com velocidade e garantir o golo que fechou de vez as contas do título.

A surpresa

A partida pedia mais intensidade no setor ofensivo de cada equipa. Enquanto o FC Porto não quis mudar, já que o empate lhe bastava, o Benfica foi à procura de algo mais e, por isso, Seferovic entrou em campo. Acabou por mexer na equipa encarnada, foi, a par de Darwin, o melhor avançado da equipa em campo e, mesmo sendo um jogador de finalização, soube ter bola nos pés e dar a marcar por várias vezes. O poder de explosão do suíço foi a surpresa, já que, da lista de pontas de lança disponíveis, Darwin é o único que o faz com excelência.

A desilusão

A ideia de Nélson Veríssimo, ao colocar Valentino Lazaro no lado esquerdo do ataque para ajudar Grimaldo em tarefas defensivas, foi boa. Contudo, pareceu ter efeitos de curta validade. O austríaco, que já tinha sido a surpresa do onze encarnado, ainda teve a capacidade de defender em alguns lances, mas não foi o mais criativo no ataque nem o mais inspirado nesse aspeto. Teve um rasgo ocasional e nada mais. A certa altura, perdeu-se, falhou várias ações do jogo, principalmente no meio campo do Benfica, e saiu.

Os treinadores

Nélson Veríssimo

Deixou muitos narizes torcidos logo desde o onze inicial. A inclusão de Lazaro nas escolhas não agradou a toda a gente, mas teve a sua lógica. Na segunda parte, o treinador abdicou dessa ideia, 'colocou a carne toda no assador' e chegou a jogar com três pontas de lança em simultâneo. O jogo jogado com mais coração e menos inteligência acabou por não dar resultado, mesmo que fosse pedido por Nélson Veríssimo alguma mentalidade em campo. O golo de Zaidu foi reflexo desse arriscar, que acabou por expor mais a equipa em vez de lhe dar pode ofensivo concreto.

Sérgio Conceição

Causou estranheza ao interessar-se pelo empate. Na primeira parte foi pedindo calma à equipa e maior acerto defensivo do que ofensivo. Até o ritmo de jogo dos dragões não foi o mesmo, tendo aumentado apenas a meio da segunda parte. Contudo, o futebol é um jogo de inteligência e, nesse aspeto, Sérgio Conceição esteve bem ao 'magicar' a melhor estratégia para os seus objetivos. Uma ideia de baixa despesa, de grande lucro, mas que podia ter dado um prejuízo grande caso o golo de Darwin tivesse contado.

O árbitro

Mais um Clássico, mais polémica. Darwin marcou, o VAR anulou e o Benfica garantiu que a equipa de arbitragem viu mal. Além disso, o controlo da partida foi perdido por Luís Godinho desde cedo. Alguns amarelos mostrados por contestações e não pelas faltas, uma chuva de vermelhos para os bancos que, desta vez, nem fizeram o festival de outros tempos, e ainda muitas paragens no jogo. O Clássico quer-se animado e intenso, não parado e enfadonho. A tarefa de melhorar o jogo não é da exclusividade de treinadores e jogadores.

Leia Também: Dragão é campeão nacional e a Luz virou 'salão de festas' (outra vez)

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