A reação de Vítor Bruno à vitória do FC Porto, diante do Famalicão (3-1), em declarações à Sport TV.
Lima Pereira: Permita-me começar por algo que é mais importante do que o futebol, que é a vida humana. Sentido abraço à família do senhor Lima Pereira, alguém que representou os desígnios do FC Porto. Ficará como um ícone.
Vantagem para os rivais: Não vale nada. Vale o que vale. O próximo treino prepara o jogo com o Marítimo. Há poucas semanas falava-se de uma missão hercúlea de um dos nossos adversários, neste caso o Benfica, para recuperar pontos para quem estava na frente. A verdade é que em três semanas conseguiu recuperar quatro pontos para o Sporting. Sabemos que isso nos pode tocar a nós também e não queremos que isso nos possa embriagar com aquilo que pode vir de fora sob pena de nos desleixarmos num ou noutro momento. Vem aí um jogo difícil contra um adversário que veio aqui o ano passado e nos tirou três pontos importantes. Há que estar sempre alerta, é tudo muito ténue. Em qualquer jogo a diferença pode esbater-se.
Análise: A partir do momento em que o Rui Pedro Silva entrou e a sua equipa técnica, tem assente o seu pilar de jogo na organização defensiva, com registos quase imaculados até aqui. Sabíamos que iríamos encontrar dificuldades para furar a estratégia. Não poderíamos ir com muita pressa fechar o jogo logo na fase inicial porque podíamos correr o risco de afunilar os caminhos para a baliza adversária. Podíamos ficar sem soluções. A equipa foi muito paciente e conseguiu criar várias ocasiões de golo claras. Fizemos dois golos, a equipa seguiu o mapa que treinámos ao longo da semana. Fizemos uma primeira parte muito bem conseguida. Na segunda parte o jogo partiu. Não nos beneficiou em nada. O Famalicão veio com uma abordagem mais agressiva e a pressionar-nos um bocadinho mais alto, criando dificuldades. Assentámos novamente, voltámos a criar mais alguns momentos para poder finalizar. O resultado é inteiramente sofrido por aquilo que fizemos em campo.
Golo sofrido vale dura de Conceição? É provável. Não precisa de haver dura do nosso treinador. Temos trabalhado de forma frequente e regular esse momento do jogo. Sofremos um golo de canto pelo Estoril que foi invalidado, no Jamor e agora novamente. Deixa-nos profundamente tristes porque trabalhamos ao detalhe. Há que rever e trabalhar. Vamos continuar até ser quase perfeitos nesse momento.
Melhor momento ofensivo: É o momento em que estamos mais fortes. A equipa tem qualidade de jogo, associa-se. Tem produção de jogo rica Esta semana foi importante porque tivemos tempo para trabalhar, em alguns momentos sem bola, despertar alguns gatilhos junto dos jogadores. Os jogadores foram brilhantes, fizeram jogo fantástico. Eles percebem que o jogo sem bola tem relação com o resultado final e têm compromisso fantástico. A equipa com bola tem dado mostras, no que toca a ocupação de espaços, ao variar o jogo e soltando esse talento. Seria pouco inteligente se não o soltássemos.
Plantel curto: Sim, está um plantel curto. Nós temos tido muita gente fora, mas não nos agarramos a isso. Temos tido abordagem diferente, no sentido de não estrangular os jogadores numa só posição. Depois a resposta pode causar surpresa, mas a nós não. Jogadores fazem falta. Penso que é uma situação a rever a breve trecho, porque fazem parte do nosso plantel.
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