Não será segredo para ninguém que nos anos 80 e 90 havia interferência de cartéis de narcotráfico no futebol da Colômbia. A personagem mais conhecida desta história é Pablo Escobar, que chegou a ser dono do Atletico Nacional, de Medellin, gerido com dinheiro proveniente da venda de drogas e ainda motivo de guerras com outros grupos que também eram donos de clubes.
Mas Pablo Escobar esteve perto de passar os limites quando teve na sua mira um jogador da seleção colombiana. Ao fim de vários anos, Ricardo Gareca recorda a história de quando o narcotraficante lhe quis fazer mal.
Numa entrevista dada à ESPN, Gareca admitiu que nunca imaginou ser perseguido por Escobar, mas que tinha conhecimento da situação vivida na Colômbia nos anos 80.
“Eu descobri com o tempo porque o 'Popeye', um assassino da época de Pablo Escobar, falou disso. A informação chegou a mim pelo Whatsapp, porque eu não tenho redes sociais, sobre um comentário dele que dizia que eu estava na lista... Eu era totalmente ignorante, naquela época as rivalidades eram muito normais, mas depois quando surgiu o verdadeiro problema eu já estava de mudança para a Argentina”, começou por contar o ex-jogador.
“Na verdade, quando eu venho, é quando estala todo aquele problema dos cartéis. Enquanto eu estive lá, havia rivalidades, cada cartel tinha uma equipa e a partir daí é o que eu conhecia. Depois, esse problema foi tornando-se mais sério. Esta história foi o 'Popeye' que contou e eu não sabia disso", acrescentou o selecionador do Perú.
Foi em 2018 que Gareca tomou conhecimento das intenções de Pablo Escobar.
“O Ricardo Gareca sempre esteve na mira de Pablo Escobar. Porém, nunca chegaram a ele. A paixão pelo futebol do 'Patrón' salvou Ricardo Gareca, porque ele esteve perto de meter bombas no carro do Gareca e dos outros jogadores do América de Cali. Era uma vingança porque o Cartel de Cali plantou um carro-bomba na família do Pablo", contou 'Popeye' ao jornal 'El Popular'.
Ricardo Gareca foi jogador do Boca Juniors, do River Plate, do Velez Sarsfield, do Independiente. Entre 1985 e 1988 passou pela Colômbia para jogar no America de Cali.
