O treinador de atletismo Jacques Borlée foi fortemente criticado nas redes sociais, após explicar, nesta terça-feira, à LN24, a teoria da síndrome de Jesse Owens, em referência ao sucesso do atleta negro norte-americano contra os velocistas nazis nos Jogos de Berlim de 1936.
"Um atleta negro não suporta ser ultrapassado por um atleta branco no sprint ou nas estafetas. Na final dos 100 metros, encontram-se oito negros. Nos 400 metros, quando estavam lá os meus filhos, havia dois ou três tipos brancos. E, na maioria das vezes, são os negros que são dominantes nas provas de sprint. E assim temos a síndrome de Jesse Owens. Eles têm algo de dominante sobre nós. E isso é inegável. Por outro lado, quando um homem branco consegue mostrar que é melhor do que eles, eles perdem a orientação", considerou o técnico belga.
O pai dos atletas Jonathan e Kevin Borlée tentou explicar esta teoria, dando como exemplo o que sucedeu nos mundiais de 2015 nas Bahamas, onde a Bélgica terminou em 3º lugar no 4x400. "Julien Watrin consegue ultrapassá-los e vê-se que, por detrás desta ultrapassagem, há uma confusão em que os quatro negros que iam atrás já não sabem como passar o testemunho".
Depois destas declarações, o jornalista partiu para uma generalização, questionando a Jacques Borlée se qualquer atleta negro superado, enquanto desportista superior na sua disciplina, não aprecia a situação? O treinador concluiu: "Sim, absolutamente, mas em geral, o negro não está habituado a ser superado pela pessoa branca".
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