Ricardo Sá Pinto orientou o Vasco da Gama durante 15 jogos. Um período complicado para o treinador português, não só pelos resultados, mas também pelas dificuldades financeiras que o clube atravessava.
Em entrevista à Globo, Sá Pinto revela que já sabia de tais dificuldades, mas nunca imaginou as situações pelas quais iria passar.
"Atraso de um mês, um mês e tal tudo bem, mas estive por aí três meses nos quais eu e minha equipa técnica não recebemos um salário. Os jogadores não receberam um salário, ninguém recebeu. Tive de ajudar financeiramente jogadores porque eles não tinham o que comer. Diretores do Vasco tiveram que comprar pão e outras coisas para se fazer um pequeno-almoço. Enfim, coisas inacreditáveis. Eu ajudei um jogador que não tinha dinheiro. Outros diretores ajudaram porque não havia dinheiro para comprar pão, um fiambre ou um sumo. Às vezes eu queria fazer marcações no campo e não havia dinheiro para comprar tinta. Tínhamos de comprar", relatou o português, que nesta temporada ainda rumou à Turquia, depois da experiência no Brasil.
Quanto aos salários em atraso, Sá Pinto continua na expectativa.
"Desconhecia que havia eleições do clube, que aconteceram 15 dias depois de eu chegar. Estava preparado para uma situação financeira difícil, com o clube a pagar aqui e acolá, mas quase três meses sem pagar a mim e aos jogadores é uma coisa inacreditável. Ainda não recebi um salário. Até hoje, devem quatro meses a mim e à minha equipa técnica. Ninguém da direção nova teve a hombridade ou a delicadeza, e a meu ver a obrigação, de me dar uma resposta e pedir desculpa", frisou o técnico.