O treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, fez esta sexta-feira a antevisão ao confronto com o Tondela, a contar para a 26.ª jornada da I Liga.

Os azuis e brancos são o primeiro dos três grandes a entrar em campo esta jornada, e podem reduzir, de forma provisória, para cinco os pontos de desvantagem em relação ao líder Sporting, que na última ronda empatou em casa do Moreirense.

Questionado sobre se o FC Porto ainda tem possibilidades de ser campeão, o treinador dos azuis e brancos não escondeu que os portistas estão atentos aos resultados dos adversários, mas deixou a garantia de que os azuis e brancos têm, primeiro, de ganhar os seus jogos.

Sobre o encontro com o Tondela, Sérgio Conceição disse esperar um jogo difícil diante dos beirões, um adversário que é forte a jogar em casa, apontando ainda o dedo ao pouco tempo de descanso entre o jogo com o Chelsea e a partida da I Liga.

Fique com o essencial das declarações do treinador do FC Porto:

Grujic no jogo com o Chelsea: Grujic é boa dor de cabeça? Fico com dores de cabeça é quando leio algumas coisas escritas sobre a exibição do Grujic em Sevilha. Sem dúvida nenhuma, foi um jogador, como os outros - acho que toda a equipa fez uma excelente exibição, não foi fantástica, porque perdemos o jogo e quando se perde nunca ficamos muito satisfeitos, mas o Grujic fez uma exibição que me agradou muito. Há pessoas que têm a sua visão e forma de ver o futebol e acham que ele não fez uma boa exibição e que o Sérgio Oliveira fez falta. São jogadores diferentes, o Sérgio se estivesse com certeza dava-nos outra coisa ao jogo, mas o que foi pedido ao Grujic, ele cumpriu na íntegra. Esteve acima da média no plano exibicional. É uma boa dor de cabeça, sim, como já era.

Caso de Covid-19 de Diogo Costa preocupa? Ontem fizemos os testes e está tudo negativo. Há alguns membros do staff positivos.

Taremi sem marcar há oito jogos: Os jogadores passam por períodos bons e menos bons durante a época. Têm momentos que, sem muito procurarem, aparecem o golo de forma quase natural, e outros em que isso não acontece e têm trabalhar para isso. Para mim o importante é que os jogadores que entram em campo fazem aquilo que lhes é pedido. Desde que ganhe o jogo não há problema. Dou tanta responsabilidade ao avançado de marcar, como dou à pressão mais alta em termos defensivos.

Gesto no final do jogo em Sevilha: O FC Porto fez doze remates e o Chelsea seis, tivemos mais do dobro dos cantos, fizemos um jogo fantástico em termos estratégicos. Isso faz parte do futebol, mas não é o futebol.

Empate do Sporting permitiu-lhe sorrir? Estamos atentos àquilo que os adversários fazem e ficamos mais contente ao ver encurtar aquilo que é essa diferença para o primeiro. Isso é normal. Mas se não dermos a resposta que devemos dar amanhã essa alegria passará a desilusão. É preciso ganhar os nossos jogos, é isso que nos importa.

Ainda é possível chegar ao título? Olhamos muito para aquilo que somos nós. Estou a lembrar-me de alguns jogos em que perdemos pontos e nos quais não se previa que perdêssemos. E não foi por culpa da equipa. Como por exemplo em Braga e em Belém. O que passou, passou. Já não há nada a fazer. Temos de olhar para o que podemos e devemos fazer no resto do campeonato. Espero que corra da melhor forma para toda a gente e os atores principais sejam os jogadores. É preciso que os jogadores estejam no máximo, tenham uma mentalidade muito forte e de verdadeiros campeões. Só assim vamos dar uma boa resposta em Tondela e é para isso que lutamos. Esta é a nossa Champions, o nosso verdadeiro objetivo. Não podemos apagar o que vem a seguir, nem o que vem antes. É no meio disto que vamos preparar o jogo e tentá-lo ganhar. No final fazem-se as contas, e a equipa que perdeu menos pontos será o campeão.

Taremi e Sérgio Oliveira mais frescos por não terem jogado em Sevilha: Tenho de olhar para os jogadores que temos disponíveis, e ainda não sabemos se o Sérgio estará disponível. Hoje fez treino integrado condicionado. Olho para aquilo que é a forma como vamos encarar este jogo e para a estratégia que tenho de delinear para ganhar os três pontos em Tondela. Depois, os elementos que vão interpretar essas estratégia são aqueles que me vão dar mais garantias de o poder fazer, tenham mais ou menos minutos. Tenho de olhar para esse desgaste.

Separar o jogo do Chelsea do jogo com o Tondela: Este é um jogo importante. À medida que caminhamos para o final do campeonato os jogos, que são importantes desde início, ganham outro peso. Há menos tempo para recuperar, temos uma desvantagem de oito pontos para o líder do campeonato, e temos de olhar para as equipas que vêm atrás de nós. Esta é uma final. É um jogo que temos de dar uma resposta positiva, independentemente do contexto difícil que vamos encontrar. Essa gestão e mentalidade tem de estar presente. Estamos a pouco mais de um mês do fim do campeonato e os jogos, por isso, ganham um peso maior.

Pouco descanso: Esta também é uma dificuldade que já sabíamos de antemão, mas, para mim, não é compreensível. Podíamos acabar o campeonato três ou quatro dias depois de 19 de maio. Alguns jogadores chegaram às 04h00 (madrugada de quinta-feira) a casa e agora vamos de viagem para Tondela. É uma dificuldade que já sabíamos. É o velho discurso que temos tido quase todas as semanas: a calendarização apertada e pouco tempo de recuperação. Muitos não acreditavam na presença de uma equipa portuguesa numa fase avançada das provas europeias, mas na Liga Europa seria pior: jogavam à quinta-feira. É um contexto difícil, mas temos de arranjar soluções para essas dificuldades. 

O que espera do jogo: Esperamos essas dificuldades de equipas que são bem orientadas, que têm um plantel com qualidade individual. O Tondela, em casa, tem feito um campeonato muito bom, até acima da média. Dos 28 pontos que têm, 23 foram conquistados em casa. É uma equipa que sofreu poucos golos em casa. Tem consistência e força no seu estádio. Olhamos para essas estatísticas e percebemos que o Tondela é muito bom em casa, excetuando este último jogo em que esteve muito bem fora frente ao Vitória SC. Os jogos são todos diferentes. As história é escrita pelas três equipas em campo. Vamos de certeza dar uma boa resposta dentro de um cenário que é difícil, não só pela equipa do Tondela, mas também pelas 60 e poucas horas de diferença para o último jogo.